A Volkswagen adiou sua meta de lucratividade em três anos, em meio a vendas fracas e aos custos para enxugar suas operações.
A montadora agora prevê atingir uma margem operacional de 6,5% apenas em 2029, em vez do próximo ano, enquanto reduz capacidade produtiva e número de funcionários para lidar com a demanda em queda na Europa e na China.
Em 2023, o retorno da marca caiu para 2,9%, o menor desde 2020, segundo o balanço divulgado em 13 de março.
“Enfrentamos e continuaremos enfrentando ventos contrários significativos, com um crescimento menor do que o esperado nos principais mercados e inflação persistente”, afirmou David Powels, diretor financeiro da Volkswagen, durante a conferência sobre os resultados.
A desaceleração nas vendas na China e a concorrência cada vez mais acirrada na Europa, que ainda não recuperou os níveis de demanda anteriores à pandemia, pressionaram a lucratividade da VW.
Além disso, tentativas anteriores de reestruturação foram prejudicadas por lançamentos mal executados de veículos elétricos.
No fim do ano passado, o CEO do Grupo VW, Oliver Blume, fechou um acordo com os sindicatos para tornar a marca mais eficiente.
As medidas incluem a redução da capacidade produtiva nas fábricas alemãs em centenas de milhares de unidades e um corte de mais de 35 mil funcionários nos próximos cinco anos.
A Volkswagen projeta uma margem operacional superior a 4% para 2024 e de 5,5% para 2027.
Para tentar impulsionar as vendas, a montadora aposta em EVs mais acessíveis voltados ao público europeu, que enfrenta dificuldades econômicas.
O primeiro deles, o ID.2, um modelo elétrico abaixo de €25 mil, só começará a ser entregue no próximo ano. Já o ID.1, um compacto elétrico de €20 mil, está previsto para entrar em produção em 2026, em Portugal.
“Com carros pequenos, a meta de 6,5% de margem é ambiciosa”, admitiu Powels. Ainda assim, o executivo disse estar confiante de que a Volkswagen atingirá esse objetivo até 2029.
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