Todos na Stellantis queriam manter os motores HEMI V8 em produção, mas Carlos Tavares não permitiu, e insistiu nos elétricos

chrysler 300 v8 hemi 1
chrysler 300 v8 hemi 1

Com a Stellantis enfrentando uma queda global de 17% nas vendas nos primeiros nove meses do ano e uma desvalorização das ações que superou o dobro desse percentual, o anúncio da renúncia do CEO Carlos Tavares no início deste mês não foi exatamente uma surpresa.

A saída marca um momento delicado para a montadora, que enfrenta desafios significativos em várias frentes.

No dia 1º de dezembro, a Stellantis comunicou oficialmente que Tavares deixou o cargo devido a “divergências de opinião” com o conselho de administração.

A notícia chega apenas dois meses após a empresa afirmar que o executivo permaneceria à frente até 2026, quando terminaria seu contrato. Fontes anônimas ouvidas pela CNBC revelaram tensões internas que culminaram na decisão.

Um dos principais fatores de atrito foi a estratégia adotada por Tavares nos Estados Unidos, o mercado mais lucrativo da Stellantis e também o mais impactado pela queda nas vendas.

Segundo fontes, ele ignorou o feedback de gerentes locais ao priorizar cortes de custos e uma pressão por margens mais altas, o que desagradou fornecedores, trabalhadores das fábricas e concessionários. Essa abordagem teria afastado também consumidores e fragilizado ainda mais a posição da empresa no mercado.

A aposta do ex-CEO em veículos elétricos também gerou controvérsias internas.

O foco na eletrificação acabou ofuscando modelos mais acessíveis, movidos a gasolina, e a icônica linha de motores Hemi V-8. Modelos como o Jeep Cherokee e os esportivos Dodge Challenger e Charger foram descontinuados sem substitutos diretos.

A decisão de eliminar os motores Hemi de grande parte do portfólio deixou poucas opções com V-8 na linha atual, limitadas ao Dodge Durango e ao Jeep Wrangler.

Em meio à turbulência, a Stellantis tenta reorganizar sua operação. Uma das medidas anunciadas foi o retorno de Tim Kuniskis, aposentado desde maio. Conhecido por liderar o desenvolvimento da linha Hellcat de motores V-8 de alta performance, Kuniskis assumirá a divisão Ram, que inclui picapes e veículos comerciais.

A empresa também está em busca de um sucessor definitivo para Tavares, processo que deve ser concluído até meados de 2025. No período de transição, o presidente do conselho, John Elkann, membro da família Agnelli, assumirá a liderança interina com apoio de uma equipe de gestão.

A Stellantis agora enfrenta o desafio de equilibrar a transição para a eletrificação com a manutenção de uma base de consumidores fiéis, enquanto busca recuperar participação de mercado em um cenário cada vez mais competitivo.


google news2
Quer receber todas as nossas notícias em tempo real?
Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!

Na enquete anterior, a maioria das respostas, 35% (199 pessoas), indicou que acessa o NA há menos de um ano. Na segunda posição ficou "acesso há mais de 10 anos", com 21% (116 pessoas).

Agora, queremos saber: Sobre comentar nas notícias, qual é a sua posição?

.

O que você achou disso?

Toque nas estrelas!

Média da classificação / 5. Número de votos:

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.




Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.