Um tribunal norueguês determinou que a Tesla pague mais de €10.000 em danos e cubra mais de €170.000 em honorários legais a Lukasz Krupski, um ex-técnico de serviço que atuou como denunciante.
O caso, que atraiu atenção internacional, envolve a divulgação de mais de 100 gigabytes de dados confidenciais da Tesla, expondo falhas de segurança, problemas de proteção de dados e desafios internos da empresa, incluindo dificuldades no desenvolvimento do Cybertruck.
Krupski, que trabalhou na planta da Tesla em Drammen, Noruega, forneceu os dados ao jornal alemão Handelsblatt.
Entre as informações reveladas estavam dados privados de clientes e funcionários, contratos empresariais, planos de design e apresentações confidenciais.
A Tesla reagiu rapidamente após a divulgação, solicitando às autoridades norueguesas que invadissem o apartamento de Krupski, apreendendo seus dispositivos eletrônicos.
A empresa classificou Krupski como um “ex-funcionário descontente”. No entanto, ele entrou com uma ação judicial contra a Tesla, alegando retaliação, sofrimento emocional e perdas financeiras após seu desligamento em 2022.
Embora Krupski tenha solicitado uma indenização de €250.000, o Tribunal Distrital de Buskerud decidiu em favor dele com um valor reduzido. Apesar disso, o ex-técnico considerou a decisão uma vitória importante.
“A Tesla tornou minha vida um inferno depois que levantei preocupações sobre questões graves de segurança na empresa”, disse Krupski. “Tentei agir de boa-fé, mas enfrentei retaliação, rebaixamento e isolamento. Mesmo sem receber tudo o que esperava, essa decisão é uma vitória para a transparência.”
Antes de se tornar um desafeto da Tesla, Krupski foi elogiado pelo próprio Elon Musk.
Em 2019, ele evitou um incêndio potencialmente devastador ao desconectar um carregador modificado de um Model 3 em chamas na Noruega. Musk enviou um e-mail pessoal parabenizando-o: “Parabéns por salvar o dia.”
No entanto, a relação começou a azedar quando Krupski expressou preocupações de segurança em resposta ao e-mail de Musk.
Ele passou a ser ignorado por superiores e, em 2022, foi demitido sob acusações de má gestão de tempo e influência negativa sobre outros funcionários, além de fotografar dentro da fábrica, prática proibida pela empresa.
O caso ressalta o papel dos whistleblowers (denunciantes) na indústria automotiva, especialmente em empresas como a Tesla, que lideram o desenvolvimento de tecnologias inovadoras.
Apesar da vitória parcial de Krupski, a decisão destaca a necessidade de maior transparência e melhores proteções para aqueles que expõem irregularidades.
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