
A Tesla está avançando nos planos para iniciar suas vendas na Índia e já negocia com fabricantes locais a possibilidade de um acordo de produção sob contrato.
A estratégia busca aproveitar a capacidade ociosa de montadoras estabelecidas, permitindo que a marca entre rapidamente no mercado sem precisar investir de imediato em uma fábrica própria.
Como parte desse movimento, a fabricante americana iniciou a homologação do Model Y e Model 3 no país, segundo o Autocar Índia.
De acordo com fontes do setor, a Tesla iniciou conversas com uma montadora japonesa e uma indiana para viabilizar essa produção terceirizada.
As discussões continuam em estágio inicial e dependem de um acordo comercial vantajoso para ambas as partes.
No primeiro momento, a Tesla deve importar seus veículos como unidades completamente montadas (CBU), enquanto avalia a viabilidade da fabricação local. Se concretizado, esse acordo seria inédito para uma montadora dos EUA.
A principal vantagem desse modelo é a redução de custos e prazos. O governo indiano exige um investimento mínimo de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) para que as fabricantes de elétricos obtenham benefícios fiscais, como uma alíquota reduzida de importação de 15% sobre até 8.000 unidades anuais.
Para evitar um investimento tão alto logo no início, a Tesla prefere utilizar fábricas já existentes, economizando capital e agilizando sua entrada no mercado.
A produção sob contrato também reduz os riscos diante de incertezas econômicas e geopolíticas.
Com fábricas nos EUA, Alemanha e China operando entre 2,5 e 3 milhões de unidades anuais, a Tesla busca otimizar sua capacidade global sem abrir novas frentes industriais antes de consolidar sua presença na Índia.
Enquanto avalia sua produção local, a Tesla deve concentrar esforços na construção da marca e na infraestrutura de vendas na Índia.
A estratégia passa por criar uma base sólida de clientes antes de comprometer grandes investimentos.
O posicionamento de mercado da Tesla no país será intermediário entre as marcas convencionais e as de luxo.
Os primeiros modelos vendidos — Model 3 e Model Y — devem ter preços acima de Rs 40 lakh (cerca de R$ 270 mil), ocupando um espaço entre os sedãs e SUVs premium e marcas de luxo como Mercedes-Benz, BMW e Audi.
Se o modelo indiano der certo, a Tesla poderá replicá-lo no Brasil, aproveitando parceiros locais para agilizar sua chegada e reduzir custos, uma estratégia que pode ser essencial para sua competitividade em mercados emergentes.
Curiosamente, essa mesma abordagem poderia ser aplicada ao Brasil, onde a Tesla ainda não possui uma operação estruturada.
O país conta com grupos como CAOA (Hyundai e Caoa Chery) e HPE (Mitsubishi e Suzuki), que possuem fábricas bem estabelecidas e capacidade ociosa.
Uma parceria com essas empresas permitiria à Tesla montar veículos localmente sem precisar investir pesadamente em uma planta própria, beneficiando-se também de incentivos fiscais e reduzindo os altos custos de importação.

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