A Tesla anunciou que está no caminho para lançar novos modelos elétricos mais baratos no primeiro semestre de 2025 e iniciará testes de um serviço de táxis autônomos pagos já em junho deste ano.
A notícia empolgou investidores, ofuscando os resultados trimestrais abaixo do esperado.
A montadora de Elon Musk enfrenta desafios após uma queda nas entregas de veículos em 2023, o que aumentou a pressão para lançar modelos mais acessíveis e avançar com a tecnologia de direção autônoma, vista como essencial para o futuro financeiro da empresa.
Com isso, as ações da Tesla subiram 4% após o anúncio de que a empresa está cortando custos e avançando no desenvolvimento dos novos veículos.
Segundo Musk, os primeiros Teslas autônomos estarão operando sem motoristas em Austin a partir de junho.
Ele garantiu que os testes ocorrerão com cautela para garantir a segurança dos passageiros e do público, mas não detalhou exatamente como o serviço funcionará.
Além do Texas, a Tesla também pretende iniciar testes supervisionados do Full Self-Driving (FSD) em outros estados, incluindo a Califórnia.
O CEO também não forneceu novas informações sobre os veículos acessíveis que serão lançados, como detalhes sobre preços e especificações.
No entanto, ele afirmou que a Tesla está reduzindo significativamente os custos de produção, com o custo médio de materiais e mão de obra atingindo o menor nível da história da empresa. Estima-se que fabricar um Tesla agora custa cerca de US$ 33.000, contra US$ 39.000 há dois anos.
Apesar da promessa de veículos mais baratos, a Tesla já abandonou planos anteriores de criar uma plataforma dedicada a um carro elétrico acessível, conhecido informalmente como Model 2.
Agora, a empresa pretende usar sua plataforma atual e linhas de produção existentes para fabricar esses novos modelos.
A Tesla também confirmou que pretende iniciar a produção em larga escala de um robotáxi em sua fábrica no Texas a partir de 2026. A novidade gerou otimismo entre investidores, que veem o projeto como um avanço no mercado de transporte autônomo.
No entanto, Musk alertou que alguns Teslas mais antigos precisarão de atualizações de hardware para suportar o FSD completo.
Apesar do entusiasmo com os novos projetos, os resultados do quarto trimestre de 2024 decepcionaram.
A Tesla registrou receita de US$ 25,71 bilhões, abaixo da estimativa de US$ 27,27 bilhões, e lucro ajustado de US$ 0,73 por ação, inferior aos US$ 0,76 esperados pelos analistas.
Além disso, a margem de lucro com vendas de veículos caiu para 13,59%, contra 17,05% no trimestre anterior. A Tesla tem apostado em financiamentos mais baratos para impulsionar as vendas de EVs, mas analistas alertam que essa estratégia pode afetar os lucros no longo prazo.
O mercado de EVs também está mais competitivo do que nunca, com a chinesa BYD e montadoras europeias como BMW e Volkswagen lançando modelos elétricos mais acessíveis para conquistar fatias de mercado.
Outro fator de incerteza para a Tesla são as possíveis tarifas comerciais que Donald Trump pretende impor se for reeleito, o que pode aumentar os custos para montadoras que dependem de fornecedores estrangeiros, como a Tesla.
O CFO da empresa, Vaibhav Taneja, admitiu que as tarifas poderiam impactar diretamente a lucratividade da montadora.
A Tesla afirma que seu negócio automotivo voltará a crescer em 2025, após uma leve queda em 2024.
Mas, diferentemente das previsões anteriores de Musk, que apontavam um crescimento de 20% a 30% nas vendas para o próximo ano, a empresa não repetiu essa projeção em seu último anúncio.
Enquanto a Tesla enfrenta desafios financeiros e competitivos, a promessa de veículos elétricos mais acessíveis e de um serviço de táxis autônomos pode ser o que a empresa precisa para manter seu status de pioneira no setor.
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