A Stellantis enfrenta uma crise profunda em sua produção na Itália, com uma queda de 37% em 2024, de acordo com dados do sindicato FIM-CISL.
A montadora, que é a quarta maior do mundo, produziu apenas 475.090 veículos no país, uma redução significativa em relação aos 751.384 fabricados em 2023.
O impacto foi ainda mais grave na produção de carros de passeio, que caiu 46%, atingindo o nível mais baixo desde 1956, enquanto a produção de veículos comerciais leves recuou 17%.
A Stellantis enfrenta desafios globais, como demanda fraca por veículos elétricos, competição acirrada com fabricantes chineses e incertezas regulatórias na Europa.
Para lidar com a capacidade ociosa em suas fábricas italianas, a empresa tem utilizado amplamente programas de suspensão temporária de contratos financiados pelo governo.
Em dezembro, a montadora apresentou um plano para aumentar a produção, mas os efeitos só devem ser sentidos a partir de 2026, com o lançamento de novos modelos.
Até lá, fábricas como a histórica Mirafiori, em Turim, terão pausas prolongadas, com a produção suspensa até a terceira semana de janeiro de 2025.
A situação é ainda mais alarmante na fábrica da Maserati em Modena, que registrou uma queda de 79% na produção, a maior entre todas as plantas italianas da Stellantis.
“Estamos muito preocupados com a Maserati”, disse Ferdinando Uliano, líder do sindicato FIM-CISL. Ele pediu um plano claro e detalhado para a marca, que é um dos símbolos da indústria automotiva italiana.
Em meio à crise, a Stellantis anunciou um investimento de 2 bilhões de euros na Itália até 2025. O plano inclui a manutenção de todas as fábricas no país e a promessa de aumento na produção a partir de 2026, com o lançamento de novos modelos.
A empresa também garantiu alocações de produção para todas as suas plantas italianas até 2032, sem necessidade de fundos públicos para os investimentos planejados.
A crise na Stellantis reflete desafios mais amplos enfrentados pela indústria automotiva europeia, que luta para competir globalmente enquanto cumpre metas rigorosas de redução de emissões de carbono.
Uliano destacou a necessidade de revisar as metas de emissões de veículos que entram em vigor em 2025, argumentando que a batalha deve ser travada em nível europeu.
O sindicato FIM-CISL planeja se juntar a um protesto organizado pela IndustriALL Europe em Bruxelas, em fevereiro, duas semanas antes de a Comissão Europeia apresentar seu “acordo industrial limpo”.
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