Embora os SUVs elétricos da Volvo tenham recebido reações mistas até agora, é inegável que as icônicas peruas da montadora sueca ainda encantam muitos entusiastas de automóveis.
Contudo, mesmo com sua legião de admiradores, o futuro desses modelos pode estar ameaçado. Segundo executivos da Volvo, a viabilidade de versões elétricas das station wagons ainda é uma questão em aberto.
Nicole Shaw, diretora administrativa da Volvo no Reino Unido, afirmou em entrevista à AutoExpress que é cedo para cravar qualquer decisão: “Ainda é dezembro; talvez no próximo trimestre eu tenha uma percepção melhor. Quando pensamos em evolução, o espaço elétrico é o caminho natural para onde seguimos.”
Essa declaração reflete o direcionamento atual da Volvo, focado na eletrificação total de sua linha de veículos, algo defendido com vigor pelo CEO da empresa, Jim Rowan.
A recente aposta da Volvo em modelos de menor custo, como o compacto EX30, reforça a estratégia de ampliação do mercado de EVs. No entanto, Rowan reconhece o papel das station wagons na identidade histórica da marca.
Comprometido com o lançamento de um novo modelo por ano nos próximos cinco anos, o CEO deixou em aberto a possibilidade de um futuro modelo elétrico inspirado na V90.
“Recebo muitos e-mails perguntando quando alguém vai lançar uma perua elétrica de verdade — principalmente de pessoas no norte da Europa e no Maine”, disse Rowan.
“A questão não é se conseguimos projetar uma perua elétrica inteligente e bem-feita. Claro que conseguimos. O ponto é: devemos fazer isso? Há margem de lucro suficiente e demanda para esse tipo de carro?”
Apesar das declarações cautelosas, há indícios de que a Volvo já considera uma perua elétrica. Em 2022, a montadora registrou as nomenclaturas EV60 e EV90, sugerindo que substitutos elétricos para os modelos V60 e V90 podem estar em desenvolvimento.
Entretanto, registros de nomes não são garantia de que os modelos chegarão ao mercado; tratam-se, muitas vezes, de medidas estratégicas para manter uma vantagem competitiva.
Rowan também destacou desafios econômicos reais. Ele explicou que é difícil convencer os consumidores a pagar mais por uma perua quando SUVs com capacidades semelhantes estão disponíveis a preços mais baixos.
A queda na demanda por wagons, que já dura décadas nos Estados Unidos e também apresenta declínio na Europa, é um fator que influencia diretamente os planos futuros da Volvo.
A empresa, porém, ainda mantém a porta aberta para os admiradores das station wagons. “Os entusiastas devem continuar observando a marca”, afirmou Rowan, em um sinal de que a Volvo ainda pode surpreender.
Para cumprir sua meta de ter 90% das vendas globais compostas por EVs até 2030, a Volvo precisará tomar decisões estratégicas ousadas, equilibrando seu legado de design com a realidade de um mercado em transformação.
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