A relação próxima entre Elon Musk e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, pode beneficiar toda a indústria automotiva, segundo Jose Munoz, novo CEO da Hyundai Motor Co.
Em sua primeira entrevista televisiva desde que assumiu o cargo em 1º de janeiro, Munoz afirmou que a influência de Musk, especialmente no setor de veículos elétricos (EVs), pode ser um ponto positivo.
“Ter alguém tão próximo da indústria dos EUA e do mundo dos EVs é algo positivo”, disse Munoz. Ele se referiu à nomeação de Musk para liderar um novo esforço governamental, chamado Departamento de Eficiência Governamental, ao lado do empresário Vivek Ramaswamy.
Entre as prioridades de Trump está a reversão de políticas de incentivo aos EVs, como os créditos fiscais de US$ 7.500 do governo Biden.
Munoz minimizou o impacto potencial dessa mudança nas operações da Hyundai nos EUA, apontando que o investimento de US$ 5,5 bilhões na fábrica de Savannah, Geórgia, foi decidido durante o primeiro mandato de Trump.
“Não investimos nos EUA por causa do IRA (Lei de Redução da Inflação) ou de incentivos em geral”, explicou.
Os EUA continuam sendo o mercado mais importante para a Hyundai, com vendas recordes em 2024, marcando um aumento de 4%. Grande parte desse crescimento veio de híbridos e EVs, como o modelo Ioniq 5, fabricado localmente.
Para reforçar sua presença e atrair novos consumidores, especialmente os mais jovens, a Hyundai começou a vender veículos diretamente no marketplace automotivo da Amazon. A novidade promete reduzir o tempo de compra para até 15 minutos e reflete, segundo a montadora, “o futuro do varejo automotivo”.
Munoz afirmou que a Hyundai espera que as vendas online representem até 30% das vendas totais nos EUA até o final da década.
Enquanto a Hyundai fortalece sua presença nos EUA e avança com planos para lançar 21 novos EVs e 14 híbridos até 2030, a montadora também enfrenta desafios em mercados globais.
Na Coreia do Sul, Munoz comentou sobre a instabilidade política causada pela tentativa de impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, mas disse que os negócios da Hyundai ainda não foram afetados. “Esperamos que a situação se resolva em breve”, afirmou.
Já na China, a Hyundai enfrenta uma concorrência feroz de montadoras locais de EVs. Em parceria com a BAIC Motor Corp., a empresa planeja injetar US$ 1,1 bilhão em sua joint venture, reforçando o compromisso com o maior mercado automotivo do mundo.
Munoz reconheceu o avanço das marcas chinesas no setor e afirmou que estar nesse mercado é uma forma de aprender e melhorar.
Apesar das incertezas políticas e regulatórias nos EUA e em outros mercados, a Hyundai mantém sua estratégia de expansão e inovação, apostando em EVs e novas plataformas de venda.
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