Ed Fan, um analista financeiro de 31 anos que mora sozinho em Denver, ficou surpreso ao descobrir que sua seguradora, a Progressive, aumentou sua apólice de seis meses em US$ 312, citando um “novo motorista” em sua residência.
Fan, que é o único condutor de seu Jeep Wrangler 2019, afirma que esse suposto motorista simplesmente não existe.
“Não faço ideia de quem seja essa pessoa”, disse Fan, que tentou por semanas, via telefone e e-mail, convencer a Progressive a remover a cobrança adicional e o “motorista fantasma” de sua apólice.
“Parece que a responsabilidade é minha de provar que essa pessoa não existe“, desabafou.
Situações semelhantes à de Fan têm sido relatadas em fóruns e redes sociais por outros clientes da Progressive. Motoristas afirmam que familiares distantes, ex-cônjuges ou mesmo pessoas completamente desconhecidas têm sido adicionados às apólices, causando aumentos expressivos nos prêmios de seguro.
Um exemplo é de uma cliente que relatou em um fórum jurídico que a seguradora adicionou seu ex-marido, irmão, afilhada e filho – pessoas com quem ela não tem contato há mais de um ano – à sua apólice, gerando um aumento de US$ 1.700 no valor total.
Outro cliente afirmou que a Progressive acrescentou um desconhecido à sua apólice, elevando o custo para mais de US$ 1.000 por semestre.
O que está por trás dos “motoristas fantasmas”?
Segundo Bruce Swicker, um corretor de seguros de Nova York, esses erros geralmente são causados pelo processo de “descoberta de motoristas adicionais” (A.D.D., na sigla em inglês).
Esse método utiliza dados de terceiros, como registros de veículos, endereços e carteiras de motorista, para identificar possíveis motoristas não divulgados que vivem em um domicílio.
Swicker explica que, embora essas buscas possam ser úteis para evitar o que a indústria chama de “vazamento de prêmios” – estimado em US$ 10 bilhões por ano –, elas nem sempre são precisas.
Mudanças de endereço e informações desatualizadas podem levar a conclusões erradas, resultando em cobranças injustas para os consumidores.
Depois de várias tentativas frustradas e uma reclamação formal aos reguladores estaduais de seguros, Fan conseguiu resolver o problema. Ele assinou uma declaração afirmando que não conhecia a pessoa adicionada à sua apólice, e a Progressive retirou a cobrança extra.
No entanto, a empresa não explicou de onde veio a informação sobre o suposto motorista adicional.
Fan agora recomenda que outros motoristas verifiquem suas apólices regularmente para garantir que nomes desconhecidos não sejam adicionados.
Swicker, o corretor, sugere que consumidores documentem detalhadamente todas as interações com suas seguradoras e procurem assistência de um corretor de seguros sempre que possível.
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