A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (18), o Projeto de Lei 825/2024, que empurra o prazo para eletrificação total da frota de ônibus da capital paulista de 2038 para 2054.
Sem audiência pública, o projeto, de autoria do vereador Milton Leite (União Brasil), adia em 16 anos a eletrificação plena da frota de São Paulo, que hoje conta com 12 mil ônibus urbanos circulando todos os dias.
Com isso, as empresas de ônibus que operam na metrópole poderão continuar comprando veículos diesel zero km, o que contraria a regra atual. O PL 825/2024 passou pelas comissões de Constituição e Justiça, Meio Ambiente, Trânsito e Transporte e Finanças e Orçamento.
Agora, aprovado em segunda votação sem a consulta popular, o PL 824/2025 vai para a mesa do prefeito Ricardo Nunes, que pode sancionar ou vetar a proposta. Em São Paulo, vigora atualmente a Lei 16.802/2018, aprovada em 2022.
Ela determina que 2038 será o último ano em que ônibus urbanos a diesel poderão estar operando na frota municipal, sendo que o movimento de eletrificação da frota, iniciada no mesmo período, não mexeu apenas com a frota paulistana.
O movimento da maior cidade da América Latina moveu também a indústria, com empresas como Scania, Volvo, Mercedes-Benz, Metra e BYD, entre outras, passando a focar na produção de chassis de ônibus elétricos.
A Marcopolo, tradicional encarroçadora de ônibus, lançou seu próprio modelo elétrico, assim como a SHC trouxe da China a marca Ankai. Mas, não ficou somente nisso.
A influência de uma eletrificação em grande escala numa cidade como São Paulo teve o potencial de fomentar a substituição de ônibus diesel por elétricos em várias cidades do país, especialmente aquelas onde empresas da capital paulista também operam.
Todavia, essa influência agora será reduzida se o referido projeto de lei for aprovado, atrasando possivelmente a eletrificação em outros lugares. Seja como for, a indústria já se estabeleceu para atender à demanda também de fora da cidade.
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