A produção do Volkswagen Golf deixará a Alemanha pela primeira vez desde o lançamento do modelo em 1974.
Essa decisão faz parte de uma reestruturação profunda da empresa, que busca enfrentar a desaceleração nas vendas e cortar custos significativos para garantir sua sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo.
O anúncio chega em meio a desafios para a Volkswagen, que enfrenta uma queda de 10,2% nas vendas na China – um mercado historicamente lucrativo – e tem capacidade de produção maior do que a demanda atual.
A empresa já havia cogitado fechar até três fábricas na Alemanha, algo inédito em sua história, mas agora optou por medidas que incluem a transferência da produção do Golf para o México a partir de 2027.
O modelo será fabricado na planta de Puebla, onde já foi produzido anteriormente, mas sem substituir a tradicional fabricação alemã.
Apesar da saída do Golf da Alemanha, a Volkswagen planeja trazer o modelo de volta à fábrica de Wolfsburg no final da década, com uma versão elétrica baseada na futura plataforma SSP.
Enquanto isso, a unidade de Wolfsburg será reduzida de quatro para duas linhas de montagem, e outros modelos, como o ID.3 e o Cupra Born, serão transferidos para lá.
A planta de Zwickau, por sua vez, se dedicará exclusivamente à produção do Audi Q4 e-tron.
Como parte de seu plano de reestruturação, a Volkswagen anunciou que cortará 35 mil postos de trabalho na Alemanha até 2030, de um total de 120 mil funcionários.
Esses cortes, descritos como “socialmente responsáveis”, incluirão programas de aposentadoria antecipada e pacotes de indenização. A empresa também busca economizar 4 bilhões de euros anualmente, sendo 1,5 bilhão em custos trabalhistas.
A fábrica de Osnabrück encerrará a produção em 2027, quando o T-Roc Cabriolet sair de linha, enquanto a icônica “Fábrica Transparente” em Dresden deixará de produzir veículos em 2025.
Ambas as plantas terão seus destinos reavaliados, com possibilidades de serem redirecionadas para outras atividades. Já as instalações em Emden e Hanover continuarão operando, produzindo modelos como o ID.7 e o Multivan.
Além disso, a Volkswagen enfrenta a pressão para reconfigurar suas operações na Bélgica, onde a fábrica responsável pelo Audi Q8 e-tron será fechada em 2025, em resposta ao declínio nas vendas.
Oliver Blume, CEO do Grupo Volkswagen, declarou que o acordo alcançado com os sindicatos é um passo crucial para garantir o futuro da marca e de suas operações.
Segundo ele, as medidas permitem que a empresa recupere o controle sobre seu destino e se adapte às novas condições do mercado global.
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