A fusão entre Nissan e Honda por si só já será um negócio complexo e que envolverá duas culturas empresariais, adicionando ainda um terceiro elemento na equação, embora, literalmente, todas elas falem a mesma língua…

Todavia, existe outro ator que, querendo ou não, também estará envolvido no negócio e com peso para interferir se quiser, e este é a Renault. Hoje, a marca tem 15% da Nissan e a japonesa também tem 15% da francesa.

Diferente da época de Carlos Ghosn, hoje a aliança não está tão amistosa, com as duas empresas com tendência a seguir caminhos diferentes, em especial após a decisão da Renault de alinhar-se com a Geely ao separar suas operações, com a Horse tendo participação da Aramco.

Segundo especialistas, um dos caminhos possíveis para a Renault, com a fusão de Nissan e Honda, é aprofundar sua sociedade com a chinesa Geely e a saudita Aramco, buscando com ambas ampliar seu portfólio de tecnologias a combustão e híbridas.

A Horse se tornou um negócio importante para a Renault fora da Europa e está dando seus primeiros frutos, em especial no Brasil, onde até empresas locais estão se beneficiando dessa nova empresa.

Mercados fora da Europa são importantes para a Renault, que atinge desde a consolidada Coreia do Sul até o crescente mercado do Brasil, com potenciais crescimentos na América Latina, África, Leste Europeu e Oriente Médio.

Todavia, comenta-se que, nesse cenário, a Nissan-Honda-Mitsubishi não impactaria nos negócios da Renault, a princípio. Mas, um caminho mais seguro para a francesa seria uma separação total.

Nesse caso, segundo um especialista consultado pelo site indiano Economic Times, uma transição suave de troca de ações resultaria numa separação amigável entre Renault e Nissan.

Aí, a Renault poderia reforçar ainda mais seus negócios com Ampere e Horse, mas paira a dúvida sobre se a francesa teria capacidade de comprar de volta sua parte nas mãos da Nissan. Do outro lado, com a Honda, a japonesa teria condições de fazer isso.