Reino Unido promete acabar com esquema de montadoras e concessionárias que oferecem benefícios vantajosos a funcionários na compra do 0 km

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O Reino Unido quer acabar com uma prática que considera injusta no mercado automotivo local, o Esquema de Propriedade de Carros para Funcionários (ECOS).

Trata-se de um benefício concedido por fabricantes de automóveis e suas concessionárias, permitindo que empregados adquiram veículos novos com grandes descontos e condições de pagamento vantajosas, como parcelas mensais reduzidas e ausência de juros.

Após seis meses ou quase 10.000 km rodados, o automóvel é revendido e substituído por outro, sem que o funcionário precise pagar imposto de benefício em espécie ou contribuições para o seguro nacional britânico, segundo o site Autocar .

No entanto, o governo considera que o esquema cria uma disparidade tributária em relação a outros trabalhadores que possuem veículos de empresa.

Por isso, no Orçamento de Outono, a chanceler Rachel Reeves anunciou medidas para eliminar essa vantagem, argumentando que os beneficiados pelo ECOS não estão sujeitos aos mesmos impostos que outros funcionários com veículos corporativos.

A decisão pegou a indústria automotiva de surpresa, com fabricantes como Stellantis afirmaram estar em diálogo com o governo para entender melhor as mudanças e seus impactos.

A Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Automóveis (SMMT) expressou preocupação, destacando que o ECOS não somente facilita a renovação da frota com modelos mais modernos e sustentáveis, como também movimenta o mercado de veículos seminovos.

Do outro lado, a tributação do benefício pode reduzir as receitas do governo provenientes de impostos sobre a venda de veículos novos.

O CEO da SMMT, Mike Hawes, pediu que o governo reavalie sua posição, alertando que a extinção do ECOS pode prejudicar a indústria automotiva, restringir o acesso dos funcionários a veículos novos e elétricos e comprometer a meta de descarbonização do setor.

Ainda assim, especialistas do mercado de carros usados minimizam o impacto da mudança, afirmando que o volume de veículos afetados pelo ECOS é pequeno em comparação com outras fontes de revenda, como o aluguel de veículos, por exemplo.

Funcionários que utilizam o esquema reconhecem seus benefícios, mas também apontam desvantagens, como restrições na escolha de modelos, taxas elevadas por danos e exigências rigorosas de manutenção.

Muitos acreditam que, apesar da economia proporcionada, o ECOS impõe desafios que nem todos estão dispostos a enfrentar.


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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X