A Volkswagen estaria considerando a transferência da produção alemã do Golf para fora da Europa, mais precisamente para o México, uma manobra que terá um impacto enorme na distribuição dos volumes da montadora de Wolfsburg.

Segundo o jornal alemão Handelsblatt, o icônico Volkswagen Golf pode mudar de casa após 50 anos de produção na Baixa Saxônia. O hatch médio mais famoso (e vendido) do mundo já foi feito em muitos lugares, mas nunca saiu da Alemanha.

Todavia, em busca de margens melhores em suas fábricas que possuem os custos mais elevados no grupo, a Volkswagen deve optar por SUVs, como o Tayron, que dá mais retorno para a operação alemã que hatches e peruas.

Outro ponto importante é que a atual geração 8,5 deve continuar até 2035, o que faz dela um “proto-Citi Golf family”. O México tem custos bem mais baixos que na Alemanha e isso facilita, ainda mais pela proximidade com os EUA e, claro, que a geração 9 estará ligada à Rivian.

No entanto, a relação do México com os EUA pode entrar em uma situação ruim com o próximo governo americano, que prometeu aumento para 20% de alíquota de importação, sendo que hoje é de 10%.

Isso pode arruinar as vendas do Golf no mercado americano, assim como de outros modelos feitos em Puebla, que poderiam até ser transferidos para Chattanooga, no Tennessee. Mas, será viável economicamente?

Todavia, o México pode não ser a escolha final da Volkswagen, uma vez que a Polônia estaria no páreo para levar a produção do Golf. Isso evitaria a importação do México, mas os custos no país vizinho à Alemanha não são os mesmos do latino.

Seja como for, a Volkswagen terá uma dura decisão, de fazer na Alemanha somente os carros de maior valor agregado, deixando os mais baratos, como o Polo, bem distantes do velho continente.