Os mecanismos eletrônicos de abertura de portas, conhecidos como “door poppers”, estão presentes em carros já por um bom tempo.
Modelos icônicos como o Chevrolet Corvette C5 e o Dodge Viper já utilizavam essa tecnologia, que hoje se popularizou em veículos elétricos como o novo Dodge Charger Daytona EV e também alguns modelos da Tesla.
No entanto, a implementação dessa funcionalidade levanta questões sobre segurança e acessibilidade, especialmente em situações de emergência.
Nos Estados Unidos, a legislação exige que todos os carros com aberturas eletrônicas tenham um mecanismo manual de backup para situações em que o sistema eletrônico falhe, como em acidentes ou cortes de energia.
No Charger Daytona, o botão de abertura elétrica está localizado na lateral do painel da porta, em uma posição intuitiva para os ocupantes. Já o mecanismo manual, super importante em emergências, está escondido em uma posição mais profunda e difícil de alcançar, especialmente para quem não conhece o carro.
Esse design é semelhante ao de outros veículos, como o Jeep Wagoneer S e modelos da Tesla, que também optaram por colocar o acionamento manual em locais discretos ou até difíceis de identificar.
No caso da Tesla, a alavanca de liberação das portas dianteiras geralmente está posicionada sobre o apoio de braço, sendo de fácil acesso. Já nas portas traseiras, a solução é menos prática: em alguns modelos, o mecanismo está escondido sob o carpete do banco traseiro, gerando críticas dos usuários.
Por outro lado, montadoras como Lexus e Audi apresentam soluções mais intuitivas e integradas. Em seus modelos, a mesma alça que aciona a abertura elétrica também funciona como alavanca manual em situações de emergência.
Uma puxada suave engaja o mecanismo eletrônico, enquanto uma puxada mais forte aciona o sistema mecânico, tudo no mesmo lugar. Esse design elimina a necessidade de aprender diferentes métodos para abrir as portas, simplificando o uso.
A abordagem de fabricantes como Lexus e Audi levanta um debate: deveria haver uma regulamentação que obrigasse todas as montadoras a adotar designs semelhantes?
A padronização de alavancas combinadas poderia reduzir confusões e garantir mais segurança em situações críticas.
Por outro lado, os defensores da liberdade de design argumentam que cada fabricante deve ter autonomia para decidir como integrar esses mecanismos, desde que atendam aos requisitos mínimos de segurança.
Embora seja responsabilidade do motorista conhecer o veículo que dirige, designs pouco intuitivos podem colocar passageiros em risco, especialmente em emergências.
No caso do Dodge Charger Daytona EV, a localização do backup manual está longe de ser a ideal, sendo um exemplo claro de como soluções estéticas ou de design podem comprometer a funcionalidade em situações críticas.
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