Uma lei municipal de 2018 em São Paulo moveu todo um setor que se tornou uma indústria, a de ônibus elétricos. Agora, contudo, a prefeitura não garante que a meta ambiciosa de ter metade da frota convertida em elétrico se concretizará em 2028.
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, disse que “não tem como garantir” que metade de 12 mil ônibus urbanos da cidade seja de veículos elétricos em 2028, ou seja, 6.000 unidades.
Hoje, a capital paulista tem apenas 428 ônibus elétricos, sendo eles portadores de baterias de lítio e fosfato de ferro e não trólebus comuns.
O prefeito alegou não haver capacidade da indústria para atender à demanda da cidade. Nunes disse: “A gente não tem como garantir que vai ser possível fazer 50% (da frota movida a eletricidade) até 2028 por conta das realidades, da atualidade. Quais são? Falta de ônibus por parte da produção da indústria e também falta de infraestrutura por parte da Enel”.
Nunes concluiu: “O que a gente vai responder para a Justiça? Que a gente precisa ter propostas plausíveis. Vamos recorrer, a gente vai explicar isso. Da nossa parte, tudo aquilo que é necessário fazer para poder ter um avanço na questão da substituição dos ônibus a gente está fazendo”.
Já a ABVE, associação que reúne fabricantes de ônibus elétricos como Marcopolo, BYD, Eletra, Giaffone, Higer, entre outras, afirmou que o setor tem capacidade atual para produzir 9.920 ônibus elétricos por ano.
Em nota, a ABVE disse: “Os gargalos na implementação do cronograma de transição de frota paulistana não se encontram na capacidade produtiva da indústria, e sim nas deficiências de planejamento da infraestrutura de recarga elétrica e em eventuais desajustes nos modelos de financiamento das operadoras de transporte – problemas alheios às empresas de ônibus elétricos”.
A Enel disse que está tendo reuniões semanais com a prefeitura sobre os pontos de recarga.
[Fonte: Estadão]
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