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Trabalhar com vendas de carros pode ser uma profissão extremamente lucrativa, dependendo em que marca você trabalha e do tamanho de sua carteira de clientes.
Mas também pode ser um verdadeiro pesadelo financeiro. Para quem sabe o que está fazendo e consegue se destacar, lá nos Estados Unidos não é difícil ganhar mais de US$ 100.000 por ano.
No entanto, esse é um setor onde as oscilações de ganhos são imprevisíveis e podem variar drasticamente de um mês para outro. Há períodos de alta, em que as comissões são ótimas, mas também há fases ruins, onde as vendas despencam e o salário mal cobre as despesas.
Dados coletados por sites de empregos apontam que o salário médio de um vendedor de carros nos Estados Unidos gira em torno de US$ 83.000 anuais.
No entanto, essa média pode ser bastante distorcida, já que muitas informações são enviadas pelos próprios vendedores, o que pode inflacionar os números.
Outras fontes indicam valores muito menores. Enquanto um levantamento do site ZipRecruiter aponta um salário médio de pouco mais de US$ 38.000 por ano, o Glassdoor apresenta uma variação enorme, com ganhos que podem oscilar entre US$ 82.000 e US$ 129.000 anuais.
Mas, na prática, é muito difícil definir um valor exato, pois a remuneração dos vendedores depende de uma série de fatores, como região, tipo de concessionária, volume de vendas e até mesmo sorte.
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Como funciona o pagamento?
A maioria dos vendedores de carros recebe de duas formas: comissão sobre as vendas ou um valor fixo por hora trabalhada.
Porém, em muitas concessionárias, só é pago um dos dois – ou seja, se a comissão for alta, o funcionário não recebe o salário base.
Isso significa que um vendedor pode ter uma semana incrível, vendendo vários carros e faturando milhares de dólares, e depois passar semanas sem vender nada, dependendo apenas do salário mínimo.
Além disso, existem períodos de baixa no mercado, onde menos clientes aparecem e as vendas caem. Nessas épocas, os vendedores podem ficar praticamente sem pagamento, o que torna a profissão um verdadeiro desafio financeiro.
O controverso sistema de “draw”
Muitas concessionárias adotam um modelo de pagamento chamado “draw”, que funciona basicamente como um adiantamento de salário.
Por exemplo, quando um vendedor começa no emprego, ele pode receber um valor fixo adiantado, digamos US$ 2.000. Se, no primeiro mês, ele vender bem e fizer US$ 3.000 em comissões, ele não recebe esse valor total.
Em vez disso, a empresa desconta os US$ 2.000 do “draw” e paga apenas a diferença, deixando o vendedor com um cheque de US$ 1.000.
Na prática, esse sistema funciona como um empréstimo forçado e cria uma pressão constante para que o vendedor continue batendo metas e vendendo cada vez mais. Se o vendedor não atingir um nível mínimo de vendas, pode acabar sempre “devendo” para a concessionária.
Pagamentos parcelados e metas de vendas
Outra tática comum entre concessionárias é segmentar os pagamentos de comissões. Se um vendedor acumulou US$ 10.000 em comissões em um mês, dificilmente ele receberá esse valor de uma só vez.
Algumas empresas pagam em partes, como US$ 3.000 ao longo do mês e o restante no mês seguinte. Isso não só dificulta o planejamento financeiro dos vendedores, como também pode ser usado como um mecanismo de controle da equipe.
Além disso, algumas concessionárias adotam um sistema de comissões escalonado, onde a comissão aumenta conforme o número de carros vendidos.
Por exemplo:
– 1 a 5 carros vendidos: US$ 200 de comissão por unidade
– 6 a 10 carros vendidos: US$ 275 por unidade
– 11 a 15 carros vendidos: US$ 300 por unidade
Esse sistema pode parecer vantajoso para quem vende bastante, mas pode ser frustrante para quem está começando ou enfrenta meses difíceis.
Outro fator que influencia o pagamento é o tipo de carro vendido.
Normalmente, a comissão sobre carros novos é menor (cerca de 20% do lucro da venda), enquanto os usados geram comissões mais altas (cerca de 50% do lucro), pois possuem maior margem de lucro.
Bônus e incentivos
Além das comissões regulares, algumas concessionárias oferecem bônus para motivar os vendedores a se esforçarem ainda mais.
Isso pode incluir:
– Bônus diários para vender modelos que estão há muito tempo no estoque
– Recompensas por vender um certo número de carros durante eventos promocionais
– Pagamentos extras por convencer clientes a preencherem propostas de financiamento (em algumas lojas, isso pode render entre US$ 25 e US$ 50 por cliente)
Esses incentivos podem ajudar a aumentar os ganhos, mas também podem tornar a competição entre vendedores ainda mais acirrada.
Diante de todas essas variáveis, não há uma resposta simples para a pergunta de quanto um vendedor de carros pode ganhar.
Há profissionais que conseguem se estabelecer no mercado e faturar mais de US$ 100.000 ao ano, enquanto outros lutam para manter uma renda estável.
[Fonte: Jalopnik]
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