Recentemente, um vídeo surgiu no YouTube com uma compilação de gravações antigas da extinta Alemanha Oriental, onde mostram dois momentos da polêmica e entusiástica produção do clássico alemão Trabant, ícone da queda do Pacto de Varsóvia com a reunificação alemã.
O vídeo comparativo é interessante, por revelar duas faces da história do pequeno sedã (também em versão perua) de duas portas, que era movido por um singelo motor de dois cilindros refrigerado a ar.
Na primeira parte, é retratado um filme alemão dos anos 60, com o início da produção do Trabant na então VEB Automobilwerk Zwickau, a posterior Sachsenring Karosseriemodule GmbH.
No início, todo o processo industrial do Trabant parecia limpo para os padrões da época, com funcionários devidamente uniformizados e aparentemente alguns procedimentos feitos com as regras de segurança de então.
Já no segundo filme, no começo dos anos 90, a fábrica da VEB se apresentava como um misto de museu e retrocesso industrial, com sujeira e funcionários sem uniformes na maioria, usando algumas ferramentas que pareciam ter sido criadas por eles mesmos.
Toda a atmosfera envolvendo a antiga fábrica de Zwickau revela que, num intervalo de 30 anos, as condições se degradaram e a modernização vinda da Volkswagen era apenas paliativa.
Um exemplo é um dos poucos robôs instalados para pintar partes metálicas do velho Trabant, embora outras partes da pintura fossem feitas por funcionários sem máscara, assim como soldadores e funileiros que exerciam suas funções sem proteção alguma.
Em 30 anos, a indústria da Alemanha Oriental não congelou no tempo, mas desgastou-se, enquanto a vizinha Alemanha Federal partiu do mesmo ponto, porém, modernizou-se completamente, com elevado nível de automação e tecnologias modernas que reduziam a emissão de CO².
Com um modelo pouco mais “moderno”, a Wartburg também tentou se modernizar com o fim do regime oriental, mas parte do filme, que retrata esse outro fabricante alemão de Eisenach, mostra como não havia escapatória, a marca teria seu fim em breve.
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