O ano de 2024 se encerra, mas ele nos faz lembrar também os 20 anos do Logan, o popular sedã da Dacia que foi vendido no Brasil pela Renault, mudando completamente o posicionamento da marca francesa por aqui.
No ano em que se encerram as vendas do Logan por aqui, o mercado relembra o surgimento do sedã da Dacia, uma aposta ousada de Carlos Ghosn, então presidente da Renault-Nissan.
Usando a marca romena Dacia, adquirida nos anos 90 pela Renault, Ghosn lançou o desafio de um sedã extremamente barato, que deveria custar € 5.000 e assim, no Technocentre, surgiu o projeto X90.
Durante o desenvolvimento, a Renault utilizou peças e componentes de outros carros de modo a reduzir os custos, assim como incorporou vidros planos que permitiram barateá-los.
O Dacia Logan focava no espaço interno e porta-malas, ambos generosos, para ter alguma vantagem sobre os compactos premium das marcas tradicionais. Os planos da Renault, observados em parte com o que foi visto na Rússia, não contemplavam a venda do sedã na Europa Ocidental.
Lançado em junho de 2004, o Logan chamou rapidamente a atenção por seu preço equivalente a € 5.900 na Zona do Euro. Não demorou muito e a importação do sedã para o oeste do velho continente se deu e o primeiro Dacia de muitos europeus chegou por € 7.500.
Ficou definido que os preços do Logan, quando sob a marca Renault, seriam mais altos que os da Dacia. Tal como no leste da Europa, o sedã barato se tornou um sucesso no oeste do continente, sendo rapidamente aceito por ser barato e funcional, além de oferecer mecânica confiável.
Feito para ser resistente, o Logan reduziu não só os custos, mas também os componentes, tendo 3.000 itens ante os normalmente vistos 5.000 de um compacto premium das marcas rivais.
Três anos após seu lançamento na Europa, o Logan chegou ao Brasil como um produto da Renault e iniciou um processo de mudança de posicionamento da marca, que já sofria os efeitos de ser uma “francesa”.
Com planos de financiamento com recompra, bem como proposta de ser um carro verdadeiramente popular, diferente da gama Renault da época, basicamente francesa, o Logan repetiu o sucesso da Europa e gerou uma família com o Sandero e depois o Duster.
Tal como lá, ganhou uma segunda geração, mas continuou preservando suas características de projeto de baixo custo. O Logan foi um desbravador, sendo produzido ainda no Marrocos, Índia, Irã, Colômbia, Rússia e África do Sul, além da Romênia.
Bem-sucedido, ganhou uma terceira geração na Europa e agora tem o desafio de eletrificar-se num mercado europeu cada vez mais influenciado pelos SUVs e carros elétricos.
Por aqui, o Logan cedeu espaço para o Kardian, mas ainda mantém sua influência neste e em outros projetos que virão, trazendo um pouco do DNA de sua proposta competitiva e inovadora.
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