O Dodge Charger Daytona deveria estar sendo disputado a tapas no mercado dos Estados Unidos, dada a sua importância naquele mercado, já que é o primeiro “muscle car elétrico”, se é que isso existe.
Pelo seu nome e seu design, ele parecia destinado ao sucesso. Mas a realidade tem sido bem diferente disso. As vendas estão bem fracas, e uma prova disso são os enormes descontos sendo oferecidos.
No caso de algumas unidades, o valor fica US$ 20.000 abaixo do valor de tabela, algo impensável para o Brasil, onde mesmo um modelo com vendas ruins não chega a ter descontos de R$ 20.000, muito menos seis vezes isso.
Uma concessionária do estado de Nova York está vendendo uma versão Scat Pack por pouco mais de US$ 61.000, enquanto o preço sugerido de fábrica é de US$ 82.000.
Esse desconto de US$ 21.000 é notável, especialmente considerando que se trata de um modelo novo e exclusivo. Em outro exemplo, no Oregon, uma loja vende o mesmo modelo com uma redução de US$ 13.000.
Os descontos não se restringem à versão Scat Pack, que possui 670 cavalos de potência, mas uma autonomia limitada de 241 milhas (388 km).
A versão R/T, mais acessível, com 456 cavalos e uma autonomia maior de 308 milhas (496 km), também está sendo oferecida com preços bem abaixo do esperado.
Uma unidade da versão R/T, na cor Bright White está sendo oferecida por US$ 59.000, versus um preço de tabela de US$ 70.000.
E não se trata de apenas algumas poucas concessionárias onde “o gerente enlouqueceu”. Se trata de um fenômeno nacional, com centenas de carros sendo oferecidos com grandes descontos.
Mas qual seria o motivo desse fracasso de mercado?
Um dos principais fatores parece ser o preço elevado do modelo, com valores que começam em US$ 54.000 para as versões mais simples e ultrapassam os US$ 80.000 nos modelos mais equipados.
Talvez a Stellantis achou que poderia cobrar o valor que quisesse, que o mercado iria aceitar, mas ainda estamos em uma época onde os consumidores estão com o pé atrás com carros elétricos, principalmente em países continentais, como os Estados Unidos e o Brasil.
E outra coisa, quando o comprador quer um muscle car, ele não quer ouvir um motor fake a rugir através do sistema de alto-falantes interno.
A ausência de uma versão a gasolina, tão aguardada pelos fãs, também contribui para a baixa demanda.
Além disso, as avaliações do Charger Daytona têm sido mistas. Apesar de sua potência e design, a autonomia limitada de algumas versões e a falta de opções tradicionais, como motores V8, são pontos que desanimam potenciais compradores.
O fato de a Dodge ter anunciado que a versão a combustão do Charger, equipada com motores Hurricane de seis cilindros, será lançada em breve, também pode estar fazendo com que muitos fãs aguardem esse modelo em vez de investirem na versão elétrica.
Outro ponto que não pode ser ignorado é que a concorrência no mercado de elétricos está cada vez mais acirrada.
Modelos como o Tesla Model 3 Performance e o Ford Mustang Mach-E oferecem preços competitivos, mais autonomia e já têm uma base consolidada de consumidores, dificultando ainda mais a vida do Charger Daytona EV.
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