Se você quer um carro elétrico com a maior autonomia possível, a escolha óbvia é o Lucid Air.
Em especial, o Lucid Air Grand Touring com rodas de 19 polegadas, que tem uma impressionante autonomia incrível de 820 quilômetros, segundo a EPA.
Nem a Tesla consegue igualar esse número. Mas, surpreendentemente, o CEO da Lucid, Peter Rawlinson, afirmou recentemente que os veículos elétricos com autonomia de 290 quilômetros (180 milhas) são “o futuro”.
A ideia pode parecer absurda à primeira vista, mas faz sentido dentro de um contexto mais amplo.
Segundo Rawlinson, quando a infraestrutura de carregamento estiver consolidada, será possível recarregar um veículo elétrico praticamente em qualquer lugar onde se estaciona, eliminando a famosa ansiedade de autonomia.
Isso faria com que os consumidores passassem a aceitar EVs com menos de 200 milhas de alcance, permitindo que as montadoras reduzissem custos e vendessem modelos mais acessíveis.
Um pacote de baterias que hoje custa US$ 25.000 poderia custar apenas US$ 2.500 no futuro.
Rawlinson enfatiza que essa visão não contradiz o posicionamento atual da Lucid, conhecida por fabricar carros de longa autonomia, mas sim que faz parte de uma estratégia maior para tornar os EVs mais eficientes e acessíveis.
O plano da empresa sempre foi começar com modelos premium de longo alcance e, depois, aplicar essa tecnologia a veículos de massa que gerem lucro.
Atualmente, a Lucid ainda está na primeira fase desse plano, com o sedã Air e o recém-lançado SUV Gravity no mercado. Mas um crossover de aproximadamente US$ 50.000 já está previsto para 2026.
Obviamente, um EV com 290 km de autonomia não atenderia a quem precisa dirigir grandes distâncias regularmente, como alguém que cruza o país com frequência ou vive em locais remotos no Alasca.
No entanto, esses casos são minoria. Cerca de 85% da população dos EUA vive em áreas urbanas, e a média de deslocamento diário de um americano gira em torno de 64 quilômetros.
Para viagens longas, sempre existe a opção de alugar um carro a combustão ou híbrido, algo que já é comum hoje.
A experiência pessoal de alguns motoristas reforça essa ideia. Há quem use um Fiat 500e 2015, com autonomia original de 139 km, e mesmo com a degradação da bateria ao longo dos anos, ainda consegue utilizá-lo sem grandes problemas, mesmo morando fora das grandes cidades.
A verdadeira barreira, segundo esses usuários, não é tanto a autonomia, mas sim a velocidade de recarga.
Isso não significa que a Lucid vá abandonar os modelos de longo alcance. Rawlinson esclareceu que sempre haverá espaço para esse tipo de veículo, pois há consumidores dispostos a pagar pelo conforto de praticamente nunca precisar se preocupar com recarga.
Para muitos, a experiência de dirigir um EV de alta autonomia não é apenas uma necessidade, mas um estilo de vida.
[Fonte: Jalopnik]
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