Os esforços da União Europeia para reduzir as emissões de veículos podem enfrentar uma forte oposição. Depois de críticas de montadoras e governos ao banimento de motores a combustão interna (ICE) previsto para 2035, uma nova força política está intensificando os debates.
O Partido Popular Europeu (PPE), o maior grupo político do Parlamento Europeu, iniciou uma campanha para reverter a proibição, segundo informações da Reuters.
O PPE defende a revisão da lei para permitir a continuidade de veículos movidos a combustíveis alternativos, como biocombustíveis, e maior apoio aos híbridos plug-in, que combinam motores a combustão e elétricos para reduzir emissões.
Essa posição ecoa demandas de países como a Alemanha, que já pressionaram por mudanças semelhantes.
A proposta também visa aliviar as penalidades rigorosas impostas às montadoras. Atualmente, empresas enfrentam multas de 100 dólares por cada grama de CO₂ acima do limite permitido, multiplicadas pelo número de veículos vendidos.
A meta para 2025, de 93,6 g/km, representa uma redução significativa em relação ao limite atual de 115,1 g/km. Para gigantes como a Volkswagen, multas por não cumprimento poderiam ultrapassar 300 milhões de dólares por grama excedente, ameaçando seriamente a viabilidade financeira das montadoras.
O PPE argumenta que essas regras colocam em risco milhares de empregos na indústria automotiva europeia, já pressionada pela competição com veículos elétricos de baixo custo vindos da China e pela demanda aquém do esperado por EVs no continente.
Além disso, com o cenário internacional cada vez mais desafiador, incluindo novas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos, montadoras como o Grupo Volkswagen já planejam fechar fábricas na Alemanha.
Enquanto líderes como Wopke Hoekstra, responsável pelo clima na UE, argumentam que a regulação oferece previsibilidade para investimentos e que muitas montadoras declararam estar no caminho certo, a realidade do setor aponta para dificuldades crescentes.
O PPE busca atrasar o cronograma das metas de emissões ou flexibilizar os cálculos de conformidade, garantindo mais tempo para que a indústria se adapte.
A oposição à proibição dos motores a combustão não é unânime. Fabricantes como Volvo e Rivian continuam a apoiar a medida, considerando-a essencial para o avanço da eletrificação na Europa.
No entanto, a crescente preocupação com empregos, custos e a viabilidade econômica das montadoras tradicionais coloca a proibição em 2035 sob um escrutínio cada vez maior.
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