
Um novo capítulo na revolução dos robôs acaba de ser escrito, e ele atende pelo nome de Apollo.
Essa máquina humanoide, desenvolvida pela empresa americana Apptronik, realizou sua primeira demonstração pública de uma tarefa real em um ambiente de trabalho real — montando, de forma completamente autônoma, uma peça de motor.
O feito representa um avanço significativo rumo a um futuro no qual robôs poderão dividir o ambiente com trabalhadores humanos de forma mais natural e eficiente.
“Este é um grande dia para nós”, afirmou o CEO da Apptronik, Jeff Cardenas, visivelmente entusiasmado com o marco. “Estamos animados em mostrar isso ao público, ao vivo e em cores.”

E não é para menos: além da demonstração técnica, a Mercedes-Benz anunciou um investimento de milhões de euros na empresa e já está testando alguns exemplares do Apollo em suas fábricas de Berlim e da Hungria.
Empresas do setor industrial, especialmente montadoras com décadas de experiência em automação, têm acompanhado de perto a evolução dos robôs humanoides.
Isso porque, ao contrário dos tradicionais braços robóticos, que exigem estruturas fixas e caras, máquinas com formato semelhante ao humano oferecem flexibilidade incomparável.

Um robô com mãos, braços e pernas pode circular pelas mesmas instalações que um trabalhador humano, operar ferramentas convencionais e realizar tarefas em espaços adaptados para pessoas, sem necessidade de mudanças estruturais drásticas.
Jorg Burzer, chefe de produção e logística da Mercedes-Benz, destacou esse ponto: “Um robô humanoide é flexível, então você pode integrá-lo à linha de montagem, à logística interna ou à inspeção de qualidade. Você pode movê-lo de um lugar para outro conforme a necessidade.”
Para empresas que enfrentam custos elevados ao alterar linhas de montagem com robôs fixos, a possibilidade de reconfiguração rápida é uma vantagem competitiva clara.

Apesar da aparência ainda modesta diante dos braços industriais robustos que dominam as fábricas da Mercedes, o Apollo já demonstra força considerável, sendo capaz de erguer até 25 quilos.
O foco agora é entender quais tarefas esse tipo de robô pode executar de forma útil, e como ele pode aprender e aprimorar sua destreza para assumir funções mais complexas no futuro.
A Apptronik reconhece, no entanto, que ainda estamos longe de ver robôs totalmente versáteis atuando fora de ambientes controlados como fábricas. O grande gargalo continua sendo a inteligência artificial.

Para que robôs como o Apollo consigam se adaptar ao mundo como os humanos fazem, será necessário um avanço significativo na forma como as máquinas compreendem e interagem com a realidade ao seu redor.
Mesmo assim, os investidores parecem estar confiantes. Projeções indicam que o mercado de robôs humanoides deve crescer 20 vezes nos próximos oito anos, com uma população de dezenas de milhões dessas máquinas prevista para meados do século.
E se depender do entusiasmo de empresas como a Mercedes-Benz, e da ambição de startups como a Apptronik, os robôs com rosto (e forma) humana estão prestes a deixar os filmes de ficção científica para ganhar crachá nas fábricas.

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