Montadoras ocidentais e de aliados dos EUA querem retornar à Rússia; apesar da resistência francesa, Renault quer voltar

Renault Kaptur Extreme 2017–pr.
Renault Kaptur Extreme 2017–pr.

Após a saída de diversas montadoras ocidentais do mercado russo devido às sanções impostas após a invasão da Ucrânia em 2022, a Rússia tem buscado alternativas para revitalizar sua indústria automotiva.

Uma das principais iniciativas é o investimento governamental de aproximadamente US$ 900 milhões (cerca de R$ 6 bilhões) nos próximos três anos para desenvolver uma plataforma nacional de veículos.

Este projeto, liderado pelo Instituto Central de Pesquisa Científica de Automóveis e Motores Automotivos (NAMI), visa criar uma base flexível para a produção de diversos modelos, com foco especial em veículos híbridos e elétricos .

Paralelamente, montadoras chinesas têm ampliado sua presença no mercado russo. A Chery, por exemplo, iniciou a montagem de veículos em fábricas anteriormente ocupadas por marcas ocidentais como Volkswagen e Mercedes-Benz.

Modelos como o Tiggo e versões da linha Exeed estão sendo produzidos localmente, adaptando-se às novas condições do mercado russo.

Essa estratégia não somente preenche a lacuna deixada pelas empresas ocidentais, mas também fortalece a posição da Chery no cenário automotivo russo.

Outra montadora chinesa, a Great Wall Motors, anunciou planos de expandir sua capacidade de produção na Rússia para 200.000 unidades até 2025, segundo a Ward’s Auto .

Desde 2019, a empresa produz SUVs sob a marca Haval na região de Tula, com uma capacidade atual de 150.000 veículos por ano.

Essa expansão reflete a estratégia das montadoras chinesas de consolidar (dominar) sua presença no mercado russo, especialmente após a saída das concorrentes ocidentais.

Agora, apesar da França liderar uma resistência europeia contra a Rússia, a Renault, que anteriormente detinha quase 68% do controle da AvtoVAZ, conhecida pela marca Lada, não descarta a possibilidade de retornar ao país.

Em 2022, a Renault vendeu seus ativos na Rússia, incluindo sua participação na russa, mas manteve uma opção de recompra válida por seis anos.

A decisão de um possível retorno dependerá de desenvolvimentos futuros e da evolução das sanções internacionais. Mas, alguns acreditam nisso, como a Hyundai, que reativou seu site no país e a Volkswagen.

Esses movimentos destacam a dinâmica do mercado automotivo russo, que, apesar das adversidades, continua a se adaptar e buscar alternativas para atender à demanda interna.

A combinação de investimentos governamentais em tecnologias nacionais e a entrada de montadoras estrangeiras, especialmente chinesas, sugere um futuro diversificado para a indústria automotiva na Rússia.


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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X