A decisão da Mercedes-AMG, em 2022, de substituir o icônico motor V8 de 4.0 litros do C63 por um sistema híbrido plug-in (PHEV) de quatro cilindros gerou polêmica e dividiu opiniões.
Apesar de entregar mais potência – 171 cavalos adicionais e 32 kgfm de torque a mais – e ostentar o motor de produção em série mais denso em potência do mundo, o modelo foi recebido com reservas por parte dos fãs e resultou em vendas abaixo do esperado.
Michael Schiebe, CEO da Mercedes-AMG, reconheceu os desafios e a perda de clientes fiéis devido à mudança.
Em entrevista à revista Car Magazine, ele explicou a decisão como uma aposta em inovação tecnológica: “O C63 é um carro muito importante no nosso portfólio. Decidimos trazer a mais recente tecnologia, incorporando o powertrain da Fórmula 1 em um carro homologado para as ruas.”
Apesar de admitir que a mudança afastou entusiastas apaixonados pelo V8, Schiebe enfatizou que o produto precisa ser experimentado antes de ser julgado.
“É um carro muito convincente. O que faltou foi uma explicação melhor da tecnologia para os vendedores e clientes. Vamos continuar a melhorar nesse aspecto.”
Com a eletrificação como prioridade, a AMG está desenvolvendo seu primeiro modelo totalmente elétrico. Diferente de versões AMG de carros já existentes, o próximo lançamento será um projeto dedicado, descrito por Schiebe como “primeiro um AMG, depois um carro elétrico”.
Isso significa manter o foco no desempenho em alta velocidade e na capacidade de realizar corridas consecutivas, características que a AMG busca preservar.
Além disso, a AMG promete continuar investindo em motores a combustão interna (ICE), sem um prazo final definido para abandoná-los. Schiebe ressaltou: “Estamos muito positivos sobre o futuro totalmente elétrico da AMG, mas a combustão interna ainda oferece oportunidades únicas.”
A transição para o motor M139 de quatro cilindros, que já entrega impressionantes 235 hp/L, representa o compromisso da AMG com eficiência e potência.
Porém, a questão permanece: será que a marca conseguirá elevar ainda mais os números do M139 e atrair novamente os entusiastas que desejam o retorno dos V8s?
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