Após um período de sucesso inicial no mercado de veículos elétricos (EV) premium, dominado anteriormente por marcas como BMW e Mercedes-Benz, as montadoras chinesas agora enfrentam um cenário desafiador.
Analistas preveem uma desaceleração nas vendas de modelos de alta gama em 2025, atribuída à fraca demanda e à redução dos recursos financeiros disponíveis.
Na última quinta-feira, a Shenzhen Denza New Energy Automotive, uma joint venture entre BYD e Mercedes-Benz, lançou o modelo 2025 do D9, um veículo multipurpose de luxo (MPV), em Shenzhen.
Com preços que variam de 339.800 a 469.800 yuans (46.555 a 64.300 dólares), o D9 oferece cinco variantes híbridas plug-in e três versões 100% elétricas, equipadas com o sistema avançado de assistência à condução BAS 3.0+.
Apesar do sucesso inicial, com mais de 300.000 unidades vendidas desde seu lançamento em 2022, os dados recentes indicam uma queda nas vendas mensais do D9 nos últimos meses.
No terceiro trimestre, a Denza reportou uma redução de 14% nas vendas em comparação com o trimestre anterior.
O segmento de veículos elétricos premium, com preços acima de 200.000 yuans, tem sido um campo de batalha para montadoras chinesas como Li Auto, Xpeng e Nio, além de Zeekr, uma divisão de luxo da Geely, e a própria BYD.
No entanto, este mercado representa apenas 10% das vendas de novos veículos de energia (NEVs) na China, segundo a Associação de Carros de Passageiros da China (CPCA).
As vendas de NEVs acima de 300.000 yuans mostraram crescimento mais lento em comparação aos modelos mais acessíveis.
Apesar de uma previsão de crescimento de 28% nas vendas anuais de NEVs para 2025, o ritmo desacelerado da demanda geral por EVs no país afeta diretamente o segmento premium.
A guerra de preços contínua e os altos custos de desenvolvimento de modelos premium têm dificultado a entrada de novos concorrentes.
Muitas montadoras estão enfrentando vendas fracas e prejuízos significativos, como é o caso da Geely, que anunciou a integração de suas marcas premium Lynk & Co e Zeekr devido à falta de lucratividade.
Outro exemplo é a Human Horizons, que suspendeu a produção de sua marca de luxo HiPhi.
Zhang Xiang, do Instituto de Tecnologia de Novas Energias de Jiangxi, destacou que poucos fabricantes conseguiram consolidar suas posições no mercado premium, e a maioria tem sofrido com perdas financeiras substanciais. “Isso serve como um alerta para as montadoras,” afirmou.
Especialistas apontam que as montadoras chinesas podem estar encerrando um capítulo em sua busca pela “premiumização”. Em vez de lançar novos modelos de luxo, espera-se que as empresas se concentrem em atualizar suas ofertas atuais e melhorar suas margens.
Phate Zhang, da CnEVPost, observa que o segmento de alta gama é especialmente difícil de expandir, dada a concorrência acirrada e a desaceleração do mercado de EVs.
“Estamos vendo menos lançamentos de modelos premium este ano, e isso provavelmente continuará em 2025,” concluiu.
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