A chinesa BYD, líder no mercado automotivo na China, enfrenta dificuldades para consolidar sua presença na Europa.
Embora tenha planos ambiciosos para o continente, a produção de carros compactos na nova fábrica na Hungria sofreu atrasos, enquanto a empresa prioriza modelos do segmento compacto e híbridos plug-in.
Segundo Stella Li, chefe da operação europeia da BYD e número dois na hierarquia da empresa, a produção dos primeiros modelos começará no final de 2025.
Entre os modelos que sairão da planta húngara estão o Dolphin, comparado ao VW ID.3 e à classe Golf, e o SUV Atto 3, ambos do segmento compacto, segundo informações do site alemão Capital.
O terceiro carro a ser produzido será o Atto 2, com dimensões intermediárias entre os dois primeiros.
A produção de um modelo menor, como o Dolphin Mini, foi adiada para ser o quarto veículo fabricado, enquanto a Volkswagen se prepara para lançar seu elétrico acessível ID.2 em 2026, com preço abaixo de 25 mil euros, sem concorrência direta da BYD nesse segmento até lá.
Apesar de ser a líder absoluta na China, onde o mercado de veículos é o maior do mundo, a BYD ainda não conseguiu replicar esse sucesso na Europa.
Até outubro de 2024, a empresa vendeu apenas 2.157 veículos na Alemanha, mesmo com uma ampla campanha publicitária vinculada à Eurocopa. Para reverter esse cenário, a montadora está reorganizando sua estratégia de vendas no continente.
Além disso, a BYD decidiu ampliar sua oferta de modelos híbridos plug-in na Europa.
Segundo Li, essa abordagem serve como uma porta de entrada para os consumidores no mundo da eletrificação, permitindo que eles se familiarizem com as vantagens dos veículos elétricos enquanto ainda contam com a flexibilidade de um motor a combustão.
“Uma vez que eles experimentem os benefícios de dirigir um carro elétrico, será mais fácil convencê-los a adotar o modelo 100% elétrico”, explicou a executiva.
A planta na Hungria, que está em fase de construção, terá capacidade para produzir até 12 modelos diferentes de maneira simultânea quando totalmente operacional.
O cronograma prevê que a expansão e o aumento de produção aconteçam gradualmente ao longo de dois a três anos. Com isso, a BYD espera eliminar a necessidade de importar veículos da China para o mercado europeu.
A decisão de investir em híbridos plug-in também reflete a fraqueza na demanda por carros elétricos puros na Europa, um mercado que ainda enfrenta desafios para conquistar consumidores em larga escala.
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