Já falamos algumas vezes como nos Estados Unidos estão aparecendo várias promoções de venda de carros elétricos com parcelas minúsculas de financiamento, muitas vezes na casa dos 20 ou 30 dólares por mês.
Mas, pelo menos no caso do Fiat 500e, as coisas estão melhorando ainda mais, já que está difícil para a Stellantis vender as unidades zero quilômetro restantes nos EUA.
Veja o relato do jornalista David Gluckman, do site da Car and Driver, contando sobre como ele conseguiu levar para casa um Fiat 500e sem pagar absolutamente nada:
Na última sexta-feira, eu não acordei com a intenção de adicionar mais um carro à minha garagem. Na verdade, nem estava à procura de um novo veículo — embora, como qualquer entusiasta de carros, a possibilidade nunca esteja completamente fora de questão.
Considero isso um risco ocupacional: passo muito tempo pesquisando carros usados apenas por diversão, mantendo o processo puramente acadêmico para poupar dinheiro e espaço.
Mas naquela manhã, fui surpreendido com uma oferta que nem mesmo eu consegui recusar.
Enquanto rolava as notícias no celular, encontrei um anúncio de uma concessionária em Denver oferecendo o Fiat 500e com zero entrada e um leasing de zero dólares por mês.
O detalhe nas entrelinhas dizia que apenas residentes do Colorado poderiam aproveitar a oferta — o que, felizmente, sou — e que seria necessário apenas cobrir os impostos do carro elétrico. Não pude resistir e decidi conferir pessoalmente.
Ao chegar à concessionária, me deparei com uma fila de novos Fiat Cinquecento no pátio. Dentro do showroom, meio vazio, havia outros três exemplares vermelhos, além de um Dodge Durango 392 e uma Ram 1500.
Um vendedor logo explicou os detalhes: o leasing é de 27 meses, com um limite de 10 mil milhas por ano, e válido apenas para o modelo 2024 na configuração básica. Os impostos variam entre 1200 e 2000 dólares, dependendo da jurisdição no Colorado.
Tive a opção de escolher entre as três cores disponíveis: vermelho, preto e branco. Após uma breve análise no pátio e um rápido test drive — que usei apenas para decidir a cor —, optei pelo branco.
O vermelho parecia perder destaque com os detalhes também em vermelho, e o branco seria mais fácil de manter limpo e menos quente no sol do Colorado.
A mágica dessa oferta está nos incentivos. Por ser um carro elétrico em leasing com preço abaixo de 55 mil dólares, o Fiat 500e se qualifica para o crédito federal total de 7500 dólares, independentemente da origem ou composição dos materiais da bateria.
Além disso, o Colorado oferece incentivos próprios: 5000 dólares de desconto para veículos elétricos, mais 600 dólares adicionais em caso de financiamento ou leasing e outros 2500 dólares para carros com preço abaixo de 35 mil dólares — o que é o caso deste modelo, com preço inicial de 34.095 dólares.
Porém, o crédito estadual de 5000 dólares será reduzido para 3500 a partir de janeiro, o que explica a data limite da oferta no fim de dezembro.
Somando todos esses incentivos, são 16.100 dólares de descontos, reduzindo o valor do leasing para 17.995 dólares.
Após a aplicação de alguns cupons adicionais da Stellantis, meu custo total foi de 1205 dólares em impostos. Se decidir comprar o carro ao final do contrato, pagarei 17.388 dólares — algo que, sinceramente, não pretendo fazer.
Essa oferta não se resume a liquidar estoques locais. A concessionária reuniu unidades 2024 não vendidas de diversas partes do país para aproveitar os benefícios fiscais do Colorado.
Coincidentemente, o carro que escolhi havia sido entregue inicialmente a uma concessionária em Ann Arbor, Michigan, onde morei por anos. Algo como um sinal do destino, talvez.
A estratégia valeu a pena para a concessionária, que buscava impulsionar suas vendas de fim de ano. Em apenas três dias, mais de 60 unidades foram alugadas, e já existe uma lista de espera caso surjam mais carros disponíveis.
Enquanto isso, eu assinei os documentos sem muita pesquisa prévia, um comportamento atípico para mim. O importante era que o carro era barato, tinha rodas e carregava na tomada.
Após a compra, levei o carro para casa com apenas 4% de bateria, o que rendeu alertas preocupantes no painel durante o trajeto.
Descobri que a versão básica do 500e não tem aquecimento nos bancos — algo que seria útil tanto pelo conforto quanto pela eficiência energética em climas frios —, além de não contar com controle de cruzeiro adaptativo, monitoramento de ponto cego ou assistente de condução avançado.
Sinceramente, nada que me fizesse falta.
Além disso, tenho direito a escolher entre um carregador doméstico nível 2 gratuito ou 600 dólares em créditos de carregamento. Optei pelo carregador, já que o plano é manter o carro próximo de casa.
Somando seguros, registro e placas, meus custos totais giram em torno de 50 dólares por mês em impostos — um excelente negócio.
No fim das contas, a oferta funcionou. Tenho agora um carro na garagem que provavelmente nunca teria considerado.
Posso usar menos meu Mazda a gasolina, poupando desgaste, e abastecer o Fiat com a energia gerada pelos painéis solares da minha casa, reduzindo ainda mais minha já pequena pegada de carbono.
De quebra, tenho um novo brinquedo para explorar, e minha esposa pode respirar tranquila sabendo que, pelo menos por um tempo, não vou falar sobre qual será o próximo carro.
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