Instituto de segurança norte-americano desmente mito: SUVs e picapes gigantes não são tão seguros quanto você pensa

chevrolet silverado 2024 avaliação na (1)
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Por anos, montadoras e motoristas defenderam que veículos maiores e mais pesados são mais seguros. Afinal, se você está em um acidente, quer proteger ao máximo as pessoas dentro do seu próprio carro.

Mas será que isso é realmente verdade? De acordo com uma nova pesquisa do Instituto de Seguros para Segurança nas Estradas (IIHS), não é bem assim.

O estudo mostrou que adicionar peso a veículos mais leves que a média pode até reduzir o risco de fatalidade para os ocupantes, mas apenas até certo ponto.

Quando um carro já é mais pesado que a média da frota, aumentar ainda mais seu peso não melhora significativamente a segurança de quem está dentro – mas torna o veículo muito mais perigoso para quem está do lado de fora .

Ou seja, se você dirige um carro grande e acha que está protegendo sua família, na realidade, você pode estar apenas aumentando os riscos para todos os outros.

ford super duty
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O IIHS estuda há anos o impacto do peso dos veículos nos acidentes. No passado, SUVs e picapes representavam uma ameaça ainda maior para carros menores porque seus para-choques e estruturas de absorção de impacto não se alinhavam bem.

Isso fazia com que, ao baterem em um carro menor, os SUVs e picapes simplesmente “subissem” sobre eles, tornando os acidentes muito mais letais.

A partir de 2009, montadoras fizeram mudanças voluntárias nesses veículos para alinhar melhor suas estruturas com as dos carros menores.

O reforço na lateral dos veículos e a adição de airbags laterais também ajudaram a reduzir o risco de ferimentos em colisões laterais. Como resultado, os SUVs e picapes modernos são menos mortais do que antes.

Mas “menos mortal” não significa seguro. Se antes os SUVs pesados tinham 90% mais chance de matar os ocupantes de outro carro em uma colisão, agora esse número caiu para 20%.

cadillac escalade 25 anos 6
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Ainda é um número alto, mas pelo menos não chega a ser um desastre completo.

Já picapes grandes continuam sendo um problema. Entre 2011 e 2016, se você fosse atingido por uma caminhonete, a chance de morrer no acidente era 250% maior.

Nos anos seguintes, esse número caiu um pouco, mas ainda é quase 200% maior. Ou seja, dirigir uma picape gigante continua sendo um risco considerável para todos os outros na estrada.

O estudo do IIHS comparou carros de diferentes pesos para ver como o aumento da massa afetava as taxas de mortalidade. O peso médio dos veículos analisados foi de 4.000 libras (cerca de 1.800 kg).

Ao adicionar 500 libras (aproximadamente 225 kg) a um carro mais leve, a taxa de mortes entre os ocupantes do próprio carro caiu em 17 mortes por milhão de veículos registrados, enquanto a taxa de mortes em veículos atingidos por ele aumentou apenas em 1.

Por outro lado, adicionar 500 libras a um carro que já era mais pesado que a média reduziu a mortalidade do próprio motorista em apenas 1 morte por milhão, mas aumentou a taxa de mortes nos veículos atingidos em 7.

Ou seja, veículos mais pesados não protegem muito melhor os seus ocupantes, mas fazem um estrago muito maior nos outros motoristas.

“Não há nada de mágico no peso de 1.800 quilos, exceto que é a média”, disse Sam Monfort, estatístico sênior do IIHS e principal autor do estudo.

“Veículos mais pesados que a média têm mais probabilidade de colidir com veículos mais leves. O que essa análise mostra é que escolher um carro extra pesado não faz você significativamente mais seguro, mas faz de você um perigo maior para os outros.”

Infelizmente, a tendência não está indo na direção certa. O IIHS descobriu que o peso médio dos carros aumentou de 1.470 quilos para 1.490 quilos entre os dois períodos analisados.

No caso das picapes, 97% delas agora pesam mais de 1.800 quilos, um aumento em relação aos 91% de antes. A única boa notícia é que a proporção de SUVs pesando mais de 2.250 quilos caiu de 11% para 7,4%.

Cada pessoa tem necessidades diferentes ao escolher um carro, mas pelo menos agora temos dados mais concretos para desmentir a ideia de que maior sempre significa mais seguro.

No fim das contas, não importa apenas o que acontece dentro do seu próprio carro – se sua escolha de veículo coloca mais pessoas em risco, talvez seja hora de repensar essa decisão.


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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.