A Honda e a Nissan, duas das maiores montadoras japonesas, deram início a discussões para integração de negócios em uma tentativa de enfrentar os desafios de um setor automotivo em rápida transformação.
Segundo fontes familiarizadas com o assunto, conforme publicado pelo site da Reuters, as empresas realizaram reuniões de diretoria nesta segunda-feira e planejam anunciar os detalhes das negociações em uma coletiva de imprensa conjunta, que também contará com a participação da Mitsubishi Motors.
A meta inicial é concluir as negociações até junho de 2025. Caso o acordo seja bem-sucedido, uma nova holding será criada, com ações listadas na bolsa.
Honda e Nissan, por sua vez, deixariam de ser empresas públicas e se tornariam privadas em agosto de 2026, de acordo com informações da emissora japonesa TBS.
Se concretizada, a fusão formará o terceiro maior grupo automotivo do mundo em vendas de veículos, atrás apenas da Toyota e da Volkswagen. Este movimento seria a maior mudança na indústria desde a formação da Stellantis em 2021.
Honda e Nissan enfrentam pressão crescente de concorrentes como Tesla e montadoras chinesas, que vêm dominando o mercado de veículos elétricos e híbridos.
Em março, as empresas já haviam iniciado uma colaboração em pesquisa para eletrificação e desenvolvimento de software, expandindo a parceria para incluir a Mitsubishi Motors em agosto.
Além disso, ambas as montadoras enfrentam desafios financeiros significativos. A Nissan anunciou recentemente o corte de 9.000 empregos e uma redução de 20% em sua capacidade global de produção, após quedas expressivas nas vendas na China e nos Estados Unidos.
A Honda também registrou resultados abaixo do esperado, citando a desaceleração do mercado chinês como um dos principais fatores.
A Honda, com uma capitalização de mercado superior a US$ 40 bilhões (quatro vezes maior que a da Nissan), deverá assumir a liderança na nova holding, indicando a maioria dos membros do conselho, segundo a NHK.
Entre as formas de integração discutidas estão o fornecimento de veículos híbridos da Honda para a Nissan e o uso compartilhado de fábricas, como a unidade da Nissan no Reino Unido.
A Renault, maior acionista da Nissan, sinalizou abertura para o acordo, mas deverá avaliar cuidadosamente as implicações de uma possível fusão.
Para Honda, Nissan e Mitsubishi, a união pode representar uma resposta decisiva aos desafios globais, criando um gigante automotivo preparado para competir com as principais potências do setor.
Embora ainda sejam necessárias muitas etapas para concretizar o acordo, a fusão proposta tem o potencial de remodelar profundamente o cenário automotivo global, unindo forças para enfrentar um futuro de eletrificação, automação e competição feroz.
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