Como aconteceu no Brasil e na Índia, além da Rússia antes da guerra, a Alemanha possivelmente também verá a Ford se despedindo da produção de veículos no país mais motorizado da Europa e possivelmente do mundo.
A Ford está reestruturando suas operações na Alemanha para estabilizar suas atividades na Europa. A empresa anunciou um aporte de até € 4,4 bilhões em sua subsidiária alemã, a Ford-Werke GmbH, que atualmente enfrenta dívidas superiores a € 5 bilhões.
Esse investimento busca fortalecer a posição da montadora no continente, garantindo a continuidade de estratégias focadas na redução de custos e no aumento da competitividade.
John Lawler, vice-presidente da Ford, destacou a necessidade de simplificar a governança, reduzir despesas e melhorar a eficiência para tornar o negócio mais sustentável.
Parte do capital será destinada à quitação de dívidas, mas há especulações de que essa movimentação prepare o terreno para uma eventual liquidação das operações na Alemanha, caso os resultados não melhorem nos próximos anos.
A Ford já enfrenta desafios no mercado europeu, com modelos icônicos como Fiesta e Mondeo descontinuados e o Focus prestes a sair de linha.
Atualmente, a linha de automóveis da marca na região se concentra em crossovers e elétricos, como Explorer e Capri, desenvolvidos sobre a plataforma MEB da Volkswagen.
A fábrica de Colônia, responsável pelos modelos elétricos, opera com interrupções desde novembro do ano passado. No mesmo período, a Ford anunciou cortes de aproximadamente 4.000 funcionários, sendo 2.900 na Alemanha.
Já a planta de Saarlouis continuará produzindo o Focus até novembro, quando será convertida em um centro logístico, empregando cerca de 1.000 pessoas.
Tentativas de vender essa unidade não avançaram, e ela segue sob controle da empresa.
Enquanto isso, a Ford mantém sua produção ativa em outras fábricas europeias, como Romênia, Turquia, Reino Unido e Espanha, que continuam atendendo à demanda da montadora e garantindo a continuidade das operações na região.
[Fonte: FT/Reuters]
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