A atual política tarifária americana não está agradando aos fabricantes de veículos instalados no país, em especial às montadoras de Detroit, e Jim Farley, CEO da Ford, soltou o verbo sobre isso.
Farley também deu um alerta ao setor automotivo americano, dizendo que o efeito de novas regras tarifárias do país será “devastador” para os fabricantes, segundo o site Exame.
O executivo disse que a atual política ainda é uma “tremenda incerteza” e ninguém sabe se realmente dará certo, já que a promessa de Washington é de aumentar a produção nacional e fortalecer o setor.
Jim Farley não parece acreditar nisso ao dizer à AFP que “até agora estamos vendo apenas muitos custos e muito caos”.
Ele se refere à tarifa de importação de 25% que será imposta ao México, mas suspensa temporariamente por um acordo bilateral.
A Ford tem muitos ativos no México e qualquer aumento dos tributos nessa operação acarretará um enorme prejuízo para a montadora de Dearborn.
Por ora, tirando o Canadá e a China, os veículos feitos no México continuam entrando nos EUA pelo acordo ainda existente, mas não se sabe até quando.
No mercado americano, o bônus federal da anterior lei anti-inflação do governo passado continua valendo e os consumidores ainda compram parte da oferta de carros elétricos com desconto de US$ 7.500.
O novo governo prometeu encerrar essa ajuda, mas ela continua mesmo após quase um mês da mudança do gabinete na Casa Branca.
Ainda assim, Farley continua mais preocupado com as fronteiras e alerta: “No longo prazo, uma tarifa de 25% na fronteira com México e Canadá abrirá um rombo na indústria dos EUA como nunca vimos”.
Com aumento médio esperado de US$ 3.000 por carro, o mercado automotivo americano deve mergulhar numa recessão, já que nem todo mundo está pronto para enfrentar a situação.
Mary Barra, CEO da GM, disse que a empresa pode absorver até metade dos carros sobretaxados, mas e a outra metade?
Aquela velha máxima de que os impostos mais altos serão repassados para os consumidores fica evidente nessa situação.
Parece que, no final da história, nacionalizar novamente, como Henry Ford fez no passado, pode ser a saída para driblar tarifas mais altas.
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