EUA: Imposto de importação de 25% para o México forçaria fabricantes de peças para o Sudeste Asiático; Vietnã e Filipinas pagam hoje 5% aos States

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A cadeia global de fornecimentos de peças e componentes para automóveis é intrincada e, quando algo que possa interromper essa rede de funcionar, vem a acontecer, os impactos serão enormes.

Segundo a empresa japonesa Sumitomo, tradicional fabricante de chicotes elétricos e outros componentes, se o governo Trump taxar realmente o México em 25%, haverá uma debandada geral do país latino.

Ao Financial Times , Osamu Inoue, presidente da Sumitomo Electric, revelou que a alíquota de 25% estrangularia o mercado americano e tornaria inviável qualquer produção no México.

Inoue argumentou: “Acho que isso é estrangular seu próprio pescoço. Até agora, muitas empresas se estabeleceram no México para fazer coisas para enviar aos EUA, então, se essa cadeia de suprimentos se desintegrar, isso terá um impacto enorme.”

O executivo japonês indicou que as fábricas de peças e componentes, hoje no México migrariam para países como Vietnã e Filipinas, onde as taxas para entrar nos EUA são de somente 5%.

A manobra evitaria a barreira fiscal para o México, implicando em sérias consequências para o país latino, que anualmente exporta US$ 126 bilhões em peças, sendo o quarto maior exportador do mundo.

Hoje, o México responde por 42% das importações de peças dos EUA e um aumento desse custo impactaria imediatamente nos preços dos carros.

Em outras palavras, não haveria como evitar um aumento de preços nos carros, nem mesmo com a produção mudando-se para os EUA.

Inoue apontou que os salários mais altos e a dificuldade de reter funcionários inviabilizariam produzir em território norte-americano.

O presidente da Sumitomo Electric afirmou: “Mesmo pagando tarifas, ainda é mais barato fabricá-los no Vietnã e nas Filipinas atualmente”.

Mas, e se Trump for atrás desses países, sobretaxando-os também? Osamu respondeu: “Se as tarifas forem realmente de 25 por cento no México e depois se fixarem em — não sei — 10% ou 20% no sudeste da Ásia, precisaríamos rever nossa produção adequadamente.”

Nesse caso, possivelmente para todo país onde fugirem para obter menos taxas dos EUA, Donald Trump pode descobrir a manobra e impor sua política fiscal até não haver mais lugar onde cobre menos que 25%.

 

 


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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X