Uma nova pesquisa conduzida pela Deloitte revela uma tendência que pode abalar as fundações da indústria automotiva: um número significativo de jovens americanos estaria disposto a abrir mão da posse de carros em favor de soluções de mobilidade como serviço (MaaS).
Enquanto isso, a confiança em tecnologias como veículos autônomos continua baixa, e o desejo por carros elétricos ainda não decolou.
A pesquisa entrevistou 286 americanos de 18 a 34 anos e descobriu que 44% deles estão “um pouco dispostos”, “dispostos” ou “muito dispostos” a desistir da posse de um carro se uma solução MaaS totalmente disponível for oferecida.
MaaS significa, por exemplo, aplicativos de mobilidade, como o Uber.
Esse número é significativo, mas não isolado. Globalmente, países como Índia lideram a preferência por MaaS, com 70% dos entrevistados prontos para abandonar a propriedade de veículos.
Por outro lado, os alemães, conhecidos por sua paixão por dirigir e pelas Autobahns, mostraram o menor interesse em deixar os carros para trás, com 35% indicando que poderiam considerar MaaS.
Embora os dados sejam interessantes, alguns fatores precisam ser considerados. A amostra é pequena quando comparada à população americana de mais de 334 milhões de pessoas.
Além disso, o contexto geográfico dos participantes é crucial. Jovens que vivem em Nova York, onde dirigir pode ser um fardo, provavelmente terão opiniões diferentes de quem mora em áreas rurais, onde um carro é indispensável.
A pesquisa também abordou outras questões relevantes no setor automotivo. Entre os 937 americanos entrevistados de todas as idades:
– 62% preferem que seu próximo carro tenha motor a combustão (gasolina ou diesel).
– Apenas 5% querem um carro elétrico, enquanto 20% preferem híbridos e 6% plug-in híbridos.
Em relação à autonomia, os resultados indicam ceticismo generalizado:
– 52% estão preocupados com robotáxis operando de forma totalmente autônoma em suas cidades.
– 64% temem veículos comerciais autônomos em rodovias.
Esses dados mostram que, embora as soluções MaaS e tecnologias emergentes como veículos elétricos e autônomos estejam ganhando espaço, o caminho para sua adoção em massa ainda é longo.
A hesitação em relação aos veículos autônomos e o apego aos motores a combustão indicam que a transição será gradual, com consumidores buscando um equilíbrio entre conveniência, custo e segurança.
Para a indústria automotiva, o desafio será atender a uma geração que questiona a necessidade de possuir um carro enquanto continua valorizando a liberdade e a independência que ele oferece.
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