A General Motors está no centro de mais um escândalo envolvendo o uso indevido de dados de consumidores.
A montadora americana foi alvo de um processo movido pelo procurador-geral do Arkansas, Tim Griffin, que acusa a empresa e sua subsidiária OnStar de vender informações de motoristas para seguradoras sem consentimento explícito.
Segundo o processo, a GM teria enganado os consumidores e lucrado com a venda de dados que poderiam ser usados para aumentar prêmios de seguro ou até negar cobertura.
O OnStar, que começou em 1997 como um sistema de segurança e assistência veicular via satélite nos modelos Cadillac, está presente em diversos carros da GM há décadas.
No entanto, as investigações sugerem que sua função principal pode ter ido muito além da segurança. De acordo com o processo, desde 2015 a GM estaria coletando dados por meio dos aplicativos MyChevrolet, MyGMC, MyBuick e MyCadillac, além dos sistemas de conectividade embarcados.
Essas informações incluiriam localização do veículo, distância percorrida, velocidade média e outros parâmetros de condução. Posteriormente, esses dados teriam sido vendidos a empresas terceiras, que os analisavam e os repassavam para seguradoras.
O problema central da acusação é a falta de consentimento dos consumidores. O estado do Arkansas alega que os motoristas não foram informados de forma clara sobre a coleta e comercialização de seus dados.
O processo também afirma que a GM fez os clientes acreditarem que o OnStar era apenas um recurso de segurança, capaz de chamar socorro em caso de acidente ou auxiliar no rastreamento do carro, quando, na realidade, o sistema gerava receita para a montadora de outras formas.
E esse não é o único problema de privacidade enfrentado pela GM. Em agosto de 2024, o procurador-geral do Texas, Ken Paxton, também processou a montadora por práticas semelhantes, alegando que ela vendeu dados de motoristas sem permissão.
Além disso, Paxton abriu um processo contra a seguradora Allstate e sua subsidiária Arity, acusando-as de monitorar o comportamento de motoristas por meio de um aplicativo de celular sem informá-los claramente sobre o uso das informações.
Assim como no caso da GM, os dados coletados teriam sido usados para aumentar os valores dos seguros ou negar coberturas.
Se o processo no Arkansas for bem-sucedido, a procuradoria busca compensação financeira para os clientes da GM e uma liminar proibindo temporariamente a montadora de coletar e vender dados, independentemente de ter ou não consentimento dos motoristas.
Nenhum desses processos foi concluído até o momento, e a batalha judicial promete se arrastar por algum tempo.
O caso reacende o debate sobre privacidade no setor automotivo, especialmente em uma era onde carros conectados se tornaram a norma.
Com montadoras coletando cada vez mais informações sobre os hábitos de condução dos motoristas, a necessidade de regulamentações mais rígidas sobre o uso desses dados se torna cada vez mais evidente.
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