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A transição para veículos elétricos parecia um caminho inevitável e acelerado, mas a realidade do mercado tem mostrado uma rota mais incerta.
Diante da demanda abaixo do esperado e de possíveis mudanças regulatórias, as montadoras estão reavaliando suas estratégias e priorizando a diversidade de opções de motorização, ao invés de uma migração exclusiva para os EVs.
As empresas automotivas estão comprometidas em manter uma linha de produção que contemple motores a combustão, híbridos convencionais e híbridos plug-in, junto com alguns modelos elétricos.
Essa abordagem busca atender consumidores que ainda preferem veículos a gasolina, seja por familiaridade, infraestrutura ou custo-benefício. Segundo Sam Fiorani, vice-presidente da AutoForecast Solutions, a flexibilidade será um fator essencial para o setor ao longo da próxima década.
Para montadoras como a Honda, essa estratégia sempre fez parte do planejamento.
Bob Nelson, vice-presidente executivo da American Honda Motor Co., afirmou que a empresa mantém a capacidade de produzir veículos elétricos e a combustão na mesma linha de montagem, garantindo adaptação rápida às mudanças do mercado.
Apesar do momento de incerteza, Nelson enfatiza que a Honda continua acreditando na eletrificação, mas encara o processo como um “maratona, e não uma corrida de velocidade”.
A necessidade de equilibrar investimentos em diferentes tecnologias, no entanto, representa um desafio financeiro para o setor.
A Kia, por exemplo, comercializa veículos a combustão, híbridos, híbridos plug-in e elétricos, mas admite que essa abordagem múltipla não é a opção mais barata.
![bmw i4 m50 2024 (2) bmw i4 m50 2024 (2)](https://images.noticiasautomotivas.com.br/img/f/bmw-i4-m50-2024-2.jpg)
Orth Hedrick, diretor executivo de gerenciamento de produtos da Kia, explicou que a estratégia foi adotada para garantir que cada cliente tenha uma solução adequada às suas necessidades específicas.
Dados do S&P Global Mobility indicam que o número de fábricas produzindo simultaneamente veículos com motores a combustão, híbridos e elétricos praticamente dobrará até 2029, passando de 11 unidades em 2023 para 21.
Apesar da complexidade, esse modelo de produção se tornou essencial para a lucratividade das montadoras.
O fator determinante para a eletrificação continua sendo a demanda do consumidor, mais do que regulamentações ou incentivos federais. Algumas marcas, como a Lexus, acreditam que o mercado acabará favorecendo a tecnologia mais eficiente.
Segundo Shawn Domeracki, vice-presidente de vendas da Lexus, a empresa busca reduzir as emissões de carbono o mais rápido possível, investindo em diferentes alternativas, incluindo células de hidrogênio.
Apesar da incerteza sobre o ritmo da adoção dos EVs, as montadoras seguem investindo na infraestrutura necessária para sustentar a eletrificação no longo prazo.
Um exemplo disso é a iniciativa conjunta da BMW, General Motors, Honda, Hyundai, Kia, Mercedes-Benz, Stellantis e Toyota para criar a rede de recarga Ionna, que pretende instalar 30 mil carregadores até 2030.
Para Nico Dettmer, COO da Mercedes-Benz Charging Solutions, o sucesso dos elétricos dependerá não apenas dos modelos disponíveis, mas da expansão da rede de carregamento.
No atual cenário, a indústria automotiva parece caminhar para um período de transição prolongado, no qual os veículos elétricos coexistirão por mais tempo com as demais tecnologias.
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