Os veículos elétricos chineses estão de três a cinco anos à frente da concorrência em termos de produtos, tecnologia e cadeia industrial, afirmou o CEO da BYD, Wang Chuanfu, em entrevista à emissora nacional da China.
Segundo ele, essa vantagem competitiva se deve ao investimento maciço do país na eletrificação automotiva, aliado a uma forte integração da indústria e ao desenvolvimento acelerado de novas tecnologias.
Wang foi entrevistado na segunda-feira após participar de um simpósio com o presidente chinês Xi Jinping, que reuniu alguns dos principais líderes do setor tecnológico do país.
O encontro teve como objetivo discutir o futuro da inovação na China e as estratégias para fortalecer a posição do país no cenário global.
Durante o evento, Wang destacou a importância da indústria de veículos elétricos para o crescimento econômico chinês e reforçou a necessidade de continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento.
Nos últimos anos, a China emergiu como um gigante no setor automotivo, especialmente no segmento de veículos elétricos. Em 2023, o país ultrapassou o Japão e se tornou o maior exportador de automóveis do mundo, consolidando sua liderança global.
Empresas como a BYD, Nio e XPeng vêm ampliando suas operações internacionais e conquistando uma fatia crescente do mercado. No entanto, essa ascensão tem gerado reações de países concorrentes, que buscam impor barreiras comerciais para proteger suas próprias indústrias.
Os veículos elétricos chineses enfrentam atualmente tarifas impostas por mercados estratégicos como os Estados Unidos e a União Europeia. A UE, por exemplo, anunciou uma taxa de 17% sobre os modelos da BYD, enquanto os Estados Unidos já vinham adotando medidas protecionistas contra montadoras chinesas.
Essas tarifas fazem parte de uma tentativa de conter a expansão da China no setor automotivo, especialmente em um momento em que fabricantes ocidentais enfrentam desafios para competir com os preços e a tecnologia avançada dos EVs chineses.
Apesar das barreiras comerciais, Wang Chuanfu acredita que o protecionismo não será eficaz contra produtos de alta qualidade.
Em entrevista ao Yuyuan Tantian, um perfil de mídia social vinculado à emissora estatal CCTV, ele afirmou que a aprovação dos consumidores continua sendo a maior motivação da BYD para superar desafios e seguir expandindo sua presença global.
Segundo ele, a competitividade dos veículos elétricos chineses não se baseia apenas em preços mais baixos, mas também na inovação, eficiência e autonomia das baterias, bem como na rápida evolução dos sistemas de condução autônoma.
A BYD, que recentemente superou a Tesla em vendas globais de veículos elétricos, continua investindo fortemente em novas tecnologias e infraestrutura para manter sua liderança.
A empresa aposta na produção verticalizada de baterias e componentes essenciais, garantindo maior controle sobre custos e qualidade. Além disso, a marca vem expandindo sua presença na Europa, América Latina e outras regiões, buscando consolidar sua posição como referência no mercado automotivo global.
Enquanto as tensões comerciais aumentam, a disputa pela liderança nos veículos elétricos se intensifica.
Resta saber até que ponto as barreiras tarifárias serão capazes de frear o avanço das montadoras chinesas ou se, como Wang sugere, a qualidade e a inovação continuarão abrindo caminho para os EVs da China no mercado internacional.
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