Um relatório da NHTSA (Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos EUA), que monitorou acidentes envolvendo sistemas de condução autônoma de Nível 2 entre julho de 2021 e maio de 2022, apontou a Tesla como líder em número de acidentes, com uma margem considerável.
Durante esse período, os veículos da Tesla registraram 183 acidentes a mais que a Honda, a segunda colocada, e 263 a mais que a Subaru, terceira colocada. Apesar desse histórico preocupante, a Tesla continua a lançar novas funcionalidades de condução autônoma de Nível 2, e o número de incidentes só aumenta.
Uma das funcionalidades envolvidas nesses incidentes é o Smart Summon, que permite aos proprietários chamar seu veículo em um estacionamento para que ele se dirija até eles ou estacionar o carro remotamente.
Recentemente, a Tesla lançou uma versão atualizada do software, chamada “Actually Smart Summon” (ASS), uma escolha de nome que parece ser uma admissão de que a versão anterior, Smart Summon, não era tão eficiente.
No entanto, os proprietários de Teslas são alertados para manter atenção total enquanto utilizam essas funcionalidades, já que o aplicativo obriga o motorista a manter um botão pressionado na tela durante todo o processo.
Caso o veículo apresente comportamentos erráticos ou enfrente uma situação perigosa, o dono deve soltar o botão, interrompendo a movimentação do carro. Contudo, muitos estão claramente tendo dificuldades em seguir essa orientação corretamente.
Num exemplo recente, em que um Tesla Model Y acabou raspando contra um Audi A4 pertencente a Tamara Meyer, não está claro se o proprietário estava usando o Smart Summon, o Actually Smart Summon, ou uma versão anterior.
O que se sabe é que, independentemente da versão do software, o comportamento do veículo é responsabilidade total do motorista, mesmo quando ativada a condução autônoma.
A situação seria cômica, se não fosse trágica, especialmente ao ver compilações de acidentes ocorrendo enquanto proprietários tentam usar o Summon. A impressão é que a trilha sonora “Yakety Sax” cairia como uma luva em cenas que mostram o quão desastrosas podem ser essas tentativas.
Em testes realizados pela equipe de reportagem no campo de provas do IIHS (Instituto de Seguros para Segurança nas Estradas), a função Summon falhou de maneira alarmante em cenários bastante simples.
Embora a Tesla classifique o recurso como “beta”, essa descrição parece minimizar o verdadeiro problema. O Summon, especialmente nas suas versões mais recentes, não só deixa a desejar, mas também traz sérios riscos em situações cotidianas.
Para os donos de Tesla, a mensagem é clara: usem o Summon com extrema cautela. E, para os que estão nas proximidades, fica o aviso: fiquem atentos.
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