A Nissan está em um momento de grandes mudanças e desafios, enfrentando manchetes que apontam dificuldades significativas, como o corte de 9.000 empregos, redução de 20% na produção global e questionamentos sobre sua sustentabilidade a longo prazo.
Contudo, segundo Ponz Pandikuthira, Chief Planning Officer (CPO), ou chefe de planejamento, da Nissan Américas, a empresa está confiante em sua capacidade de se recuperar e fortalecer sua posição no mercado global.
Pandikuthira, em entrevista recente ao site Motor Authority, destacou que a Nissan tem um plano claro para revitalizar sua operação.
Apesar dos cortes de empregos e ajustes financeiros, ele garante que a marca está em uma trajetória de estabilização e desenvolvimento de produtos que atenderão às necessidades dos consumidores nos próximos anos.
A recuperação da Nissan está sendo construída em torno de um portfólio renovado de veículos. Entre os lançamentos previstos estão modelos estratégicos como o Nissan Murano redesenhado, o SUV de grande porte Armada, e o Infiniti QX80, que será atualizado pela primeira vez em 15 anos.
Estes modelos, altamente lucrativos, são fundamentais para fortalecer a posição da Nissan no segmento de SUVs.
Além disso, a empresa planeja expandir sua linha Rogue, um de seus modelos mais vendidos, adicionando opções de motorização híbrida, híbrida plug-in (PHEV) e a combustão interna (ICE).
Até o final de 2025, a Nissan também introduzirá um novo modelo PHEV e planeja lançar quatro veículos totalmente elétricos (EVs), ampliando sua presença no mercado de eletrificação.
Segundo Pandikuthira, a Nissan está adotando uma abordagem equilibrada, sem apostar exclusivamente em veículos elétricos.
O mercado já demonstrou que a demanda varia entre EVs, híbridos e motores a combustão. Nosso portfólio será diversificado para atender a essas necessidades”, afirmou.
Um dos maiores desafios enfrentados pela Nissan nos últimos anos foi o impacto do escândalo envolvendo o ex-CEO Carlos Ghosn. A instabilidade gerada por mudanças sucessivas na liderança atrasou decisões estratégicas cruciais, afetando o ritmo da recuperação da empresa.
Pandikuthira reconheceu que essas mudanças na gestão criaram dificuldades, mas afirmou que a Nissan agora está em uma posição de estabilidade. “Levamos mais tempo do que o normal para nos recuperar, mas estamos prontos para avançar com clareza e foco”, disse ele.
Uma das soluções apontadas por Pandikuthira para os desafios operacionais da Nissan é a potencial parceria com a Honda, que está sendo negociada e poderá ser formalizada até 2026.
A colaboração visa desenvolver veículos definidos por software, tecnologias de baterias avançadas e powertrains eficientes, abordando questões de custo e escala.
A parceria é vista como uma continuação do modelo de sucesso da Aliança Renault-Nissan, que no passado permitiu grandes economias de custo através da sinergia de plataformas.
“Estamos confiantes de que a colaboração com a Honda trará avanços significativos para a nossa linha de produtos e para nossa eficiência operacional”, afirmou Pandikuthira.
Sobre os cortes de 9.000 empregos, Pandikuthira explicou que a redução é uma medida necessária para alinhar os custos operacionais às receitas.
Ele destacou que a Nissan vendeu 3,5 milhões de veículos em 2024, em comparação com o pico de 5,9 milhões em 2017, o que tornou inevitável a reestruturação.
“Essa redução não é um sinal de desespero, mas sim uma ação responsável para ajustar nossa operação à nova realidade de vendas”, disse ele. Ele também garantiu que o processo está sendo conduzido de maneira planejada e humana, com programas de separação voluntária nos EUA para minimizar o impacto sobre os funcionários.
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