Os anos 50 reservaram para a Alemanha algumas coisas curiosas e uma delas é um tipo de trem conhecido como Série DB Klv 20, construído pelas empresas Martin Beilhack de Rosenheim e Waggon und Maschinenbau GmbH de Donauwörth.

Talvez, pelo nome, você não saiba exatamente o que é uma máquina DB Klv 20, mas se a ver correndo nos trilhos de um trecho de via-férrea em Hanôver, verá que ela é bem conhecida e até íntima de muitos que estão lendo isso.

Por aqui, a similar da Klv 20 rodava sobre asfalto, estrada de terra, barro e qualquer pavimento que o Brasil tinha a oferecer entre os anos 50 e 70, mas na Alemanha, além das vias para automóveis, a Volkswagen Kombi rodava até nos trilhos.

Esse veículo era uma conversão da Kombi da primeira geração, a T1, que aqui é conhecida carinhosamente como “Corujinha”, porém, no lugar das rodas e pneus, as duas empresas citadas introduziram rodas de ferro para o veículo andar sobre trilhos.

Pintada de vermelho com faixa branca, essa Kombi sobre trilhos usava as cores da Deutsche Bundesbahn, uma operadora de trens alemã, usando a mecânica básica da Volkswagen na época.

Ou seja, essa Kombi Klv 20 era movida pelo clássico motor boxer de quatro cilindros refrigerador a ar 1200, conhecido por alguns no Brasil como “mille duca”, com seus 28 cavalos e transmissão manual de quatro marchas.

O mais interessante, todavia, era um sistema de elevação hidráulica, que permitia à Kombi trem, virar no sentido contrário para retornar ao ponto de origem, sendo o processo feito por fora da van.

Com 1.550 kg e velocidade máxima de 70 km/h, a Kombi Klv20 foi usada pela Deutsche Bundesbahn como veículos de serviços durante mais de 20 anos, com a frota de 31 exemplares tendo sido sucateada em parte, porém, 15 deles foram preservados em museus.

Ainda assim, um deles retornará à vida sobre os trilhos de bitola internacional de 1,435 m (mesma de algumas linhas do Metrô de São Paulo) a partir do dia 2 de junho, em Hanôver, cidade onde a Volkswagen fez a Kombi e ainda fabrica seus herdeiros.