A Chrysler-Dodge-Jeep-Ram (CDJR), pertencente à Stellantis, enfrenta uma crise de confiança entre seus revendedores, de acordo com a mais recente pesquisa anual de sentimento conduzida pela Kerrigan Advisors.
72% dos concessionários entrevistados afirmaram não confiar na marca, um aumento significativo em relação aos 39% do ano anterior. Apenas 2% declararam um alto nível de confiança, enquanto 26% afirmaram ter confiança moderada.
Esse salto negativo colocou a CDJR como a franquia menos confiável, desbancando a Ford, que liderava essa lista no ano passado.
A pesquisa contou com a participação anônima de mais de 635 concessionários, entre junho e novembro, e avaliou também a percepção sobre o valor futuro das franquias, expectativas de lucros e avaliações gerais.
Erin Kerrigan, diretora da Kerrigan Advisors, destacou que a insatisfação crescente com a CDJR se deve, em parte, à instabilidade da Stellantis e à falta de clareza em estratégias, especialmente em relação à transição para veículos elétricos.
Em contraste com a CDJR, a Toyota permaneceu no topo da lista das marcas mais confiáveis, com 83% dos concessionários expressando alta confiança. A Lexus, também da Toyota, ficou em segundo lugar, seguida por Subaru, Honda e Porsche.
Essa confiança se reflete em dados de interesse: 45% dos concessionários indicaram a Toyota como a marca que gostariam de adicionar às suas operações no próximo ano, seguida por Honda (31%) e Subaru (27%).
A confiança também influencia as expectativas de valorização das marcas. Toyota e Lexus foram apontadas como as mais propensas a aumentar de valor, com 43% e 44% das respostas, respectivamente.
Por outro lado, marcas como CDJR, Nissan e Lincoln enfrentam perspectivas negativas, com mais de 64% dos concessionários prevendo desvalorização nos próximos 12 meses.
A pesquisa também revelou preocupações com lucros futuros e os desafios de atender às demandas por veículos elétricos e infraestrutura relacionada.
Sessenta e oito por cento dos concessionários acreditam que a introdução de novos EVs terá um impacto negativo nos lucros, enquanto 48% citaram os altos custos de imóveis e investimentos em instalações como fatores de pressão.
Esses desafios podem estar levando alguns concessionários a considerar vender suas lojas, com 7% relatando planos de desinvestimento, um aumento em relação ao ano anterior.
Com a chegada de um novo período de normalização após os anos voláteis da pandemia, a Kerrigan Advisors aponta que o setor está entrando em uma era de maior consolidação.
Para muitos, o crescimento ou a saída do mercado parecem ser as únicas opções viáveis, especialmente em grandes centros urbanos. Isso marca o fim de um período onde era comum operar com apenas uma ou duas concessionárias.
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