O C3 é o carro de entrada da Citroën, ele que já foi um Hatch agora ganha ares de SUV, de olho numa fatia do mercado que busca um carro “maior” por um preço menor.
Dentre as versões disponíveis, a Feel pack 1.6 traz mecânica robusta, câmbio automático e alguns mimos.
Avaliamos uma unidade e trouxemos todos os detalhes para você.
Partindo de R$ 99.990,00, ele vem de série com:
Barras de teto longitudinais, rodas de liga 15”, multimídia de 10” com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, computador de bordo, sensor de pressão dos pneus, ar-condicionado, vidro elétrico nas quatro portas, câmera de ré, volante multifuncional, airbags frontais, ABS, controle de tração, estabilidade e mais.
Vamos aos detalhes:
Motor 4 cilindros já é velho conhecido
Apesar da tendência no grupo Stellantis de se compartilhar motores com o grupo Fiat, para o C3 foi mantido o velho conhecido motor 1.6 de quatro cilindros, já bem cotado e avaliado no mercado.
O motor conta com 16 válvulas, variação na admissão, flex, rende 120 cv no etanol, ante 113 cv na gasolina, quanto ao torque são 15,7 kgfm no combustível vegetal e 15,4 kgfm no fóssil.
Pesando 1.152 kg, acoplado ao câmbio automático de 6 marchas, tem uma boa aceleração de 0 a 100 km/h em 10,4s, com velocidade máxima de 180 km/h.
Seu consumo indicado no Etanol é de 7,2 km/l na cidade e 8,5 km/l na rodovia, na gasolina são 10,3 km/l e 12,4 km/l, respectivamente.
Apesar da cara de SUV, ainda é considerado um Hatch pequeno, portanto seus principais rivais são Polo, Onix, HB20, Argo, 208, Yaris e City.
O C3 tem desempenho melhor que o Yaris, que faz a aceleração de 0 a 100 km/h em mais de 11s e tem velocidade máxima de 170 km/h.
O Polo TSI já leva vantagem, tem o 0 a 100 km/h próximo dos 10,1s e velocidade máxima de 195 km/h.
O City faz 0 a 100 km/h em cerca de 11s, com velocidade máxima de 175 km/h.
Acabamento tem personalidade, mas qualidade deixa a desejar
A Citroën já foi reconhecida pelo seu acabamento acima da média.
Mesmo seus carros de entrada já se destacavam no segmento, sendo melhores que seus rivais VW, por exemplo.
Ao entrar em um C3 Feel pack, se tem a impressão de um interior mais sofisticado, com itens que fogem do comum, mas basta olhar (e sentir) com mais cuidado, que essa impressão se vai.
Ao abrir as portas, se nota uma forração bem simples, mesmo sendo a versão de topo, com plástico preto em quase tudo, apesar de não possuir rebarbas ou problemas de qualidade, é um material que não agrada ao toque.
Ao entrar no veículo, os difusores de ar chamam a atenção, montados na vertical, com acabamentos prateados, dimensões consideráveis e bordas em preto brilhante, tem personalidade, gostar ou não é uma questão pessoal.
Os bancos são confortáveis, em tecido, possuem basicamente duas cores, abas suaves mas suficientes para abraçar os ocupantes.
O cluster é digital, mas não desses que estão na moda, que espelham multimídia e etc., ele somente não tem os mostradores analógicos, sendo trocados por versões digitais.
O volante segue o padrão da montadora, com região central quase quadrada, base levemente achatada e empunhadura boa.
Os botões multifuncionais estão somente disponíveis na mão direita, os da esquerda são “tapados” por um acabamento duvidoso, que não faz questão de tentar esconder que deveria ter algo funcional ali.
A multimídia, localizada na região superior central do painel, é bem comprida, com bordas grossas em preto brilhante, e fica num rebaixo, com a porção superior “voando” acima do final do painel.
Logo abaixo os difusores de ar, com o mesmo padrão dos laterais, porém mais discretos.
Embaixo deles os acionamentos do ar-condicionado, são botões rotacionáveis, com aro cromado.
Em frente ao passageiro, está o item mais chamativo e com personalidade, responsável por dar uma levantada no interior do C3, um acabamento plástico com “perfurações” que lembram até um bola de golfe.
Ele começa ao lado da multimídia, num tom cinza azulado, tem perfurações suaves, que vão se intensificando até chegar próximo ao difusor do passageiro, ali as perfurações somem e o acabamento envolve o fim do painel.
O console central é simples, tem um acabamento prateado envolta da manopla de câmbio e só.
No banco de trás não sobra espaço, mas é possível levar adultos, para o segmento ele tem um bom espaço.
O porta-malas de 367l é bem distribuído e atende bem a proposta.
Design diferenciado é atrativo
Como mencionamos anteriormente, o C3 ainda é um Hatch, mas tem muita cara de SUV em miniatura, e, ao bater o olho, alguém mais desavisado pode confundi-lo facilmente com o Aircross.
De frente, seu conjunto ótico é bem interessante, dividido em 3 partes, DRL acima, numa linha fina, abaixo (depois de um pedaço de lataria), está o farol, com fundo preto, e por último o milha, lá no para-choque.
Esse conjunto traz modernidade para a dianteira, conceitualmente lembra o Creta.
Os faróis e DRL são interligados por dois frisos cromados, que ao centro formam o logo da Citroën.
A grade tem um formato quase retangular, com as bordas arredondadas, e dentro dela, é composta por perfis ovalados, toda em plástico preto.
O acabamento da caixa de roda, assim como a porção inferior da saia lateral e o friso que acompanha a porta, são em plástico preto.
As rodas de fundo preto e diamantadas tem um desenho que combina com a proposta, são bonitas.
De lado ele engana um pouco, parece maior do que é, mas basta olhar mais atentamente que da pra perceber que essa impressão vem basicamente do teto elevado até o fim da carroceria.
Lateralmente as formas são arredondadas, sem vincos marcados, talvez a aresta mais marcada seja a transição da coluna a para o teto.
Na traseira, as lanternas ficam num rebaixo da tampa do porta-malas, e saltam um pouco na lateral, num formato mais comportado, encaixam bem.
A tampa do porta-malas tem vincos mais marcados que o restante do carro.
O para-choque é em plástico preto, saltando um pouco do nível da traseira.
Ainda não caiu no gosto do mercado
No acumulado de emplacamentos até Abril de 2024, o C3 ocupa apenas a sétima colocação do ranking, com 6.567 unidades emplacadas.
Atrás dos donos do segmento: Polo, Onix, Argo e HB20.
O alemão está disparado na ponta com 39.697 unidades emplacadas no período, os outros 3 brigam pela segunda posição com cerca de 26.000 unidades emplacadas.
HB20, Yaris e Dolphin estão em quarto, quinto e sexto, respectivamente.
O preço do C3 está atraente, muitas vezes figurando como o mais barato do segmento (na versão de entrada), mas mesmo assim não desencantou.
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