Para entender melhor o enorme mercado de SUVs no Brasil, podemos dividi-los em modelos compactos, médios ou grandes.
Mas o que realmente faz sentido na cabeça dos consumidores são as faixas de preço.
Por exemplo, se você quisesse um modelo entre R$ 180 mil e R$ 200 mil, qual levaria para casa: o grande Tiggo 8 ou o médio Taos?
Essa briga coloca frente a frente o novo queridinho do país e um dos modelos mais tradicionais do mercado.
Confira qual deles merece um espaço na sua garagem!
Uma diferença importante
Os dois modelos neste comparativo contam com apenas duas versões cada, sendo que o SUV da Chery apresenta conjuntos mecânicos bem diferentes em suas configurações.
A linha começa com o Tiggo 8 Max Drive, equipado com 1.6 turbo de 187 cv e preço um pouco abaixo dos R$ 180 mil, sendo mais barato que o rival.
Depois, o chinês tem a versão Pro Hybrid, que une o motor 1.5 turbo aos propulsores elétricos e tem preço inicial de quase R$ 240 mil.
Veja quanto custa cada versão do Tiggo 8 2025:
- Tiggo 8 Max Drive – R$ 179.990
- Tiggo 8 Pro Hybrid – R$ 239.990
Diferentemente do rival, o Taos usa a mesma motorização em suas duas versões.
E ela é bem conhecida, pois estamos falando do 1.4 TSI de 150 cv, motor que já equipou diversos outros modelos da marca.
A versão Comfortline é a mais barata, partindo de R$ 187 mil, enquanto a mais cara Highline sai por quase R$ 211 mil.
Enquanto o Tiggo 8 tem apenas as cores como diferencial, o Volkswagen tem pacotes opcionais que podem elevar o preço final para R$ 219,2 mil.
Confira os preços do Taos 2024:
- Taos Comfortline 1.4 TSI – R$ 186.990
- Taos Highline 1.4 TSI – R$ 210.990
VENCEDOR: Tiggo 8.
O Tiggo 8 é mais equipado
As versões de entrada desses modelos brigam diretamente no mercado nacional, especialmente pelo preço quase igual.
Mas qual é melhor: Tiggo 8 Max Drive (R$ 179.990) ou Taos Comfortline (R$ 186.990)?
Antes de mais nada, é bom destacar que ambos oferecem A/C dual zone, rodas aro 18, seis airbags, ACC, faróis em LED com acendimento automático, câmera de ré, sensores de estacionamento, alerta de colisão, sensor de chuva, bancos em couro, carregador por indução e central multimídia.
Os dois são bem equipados, mas o Taos fica num degrau inferior nesse aspecto. Como itens exclusivos, ele oferece apenas frenagem automática em manobras, paddle-shifts, ajuste de apoio lombar para o motorista e start/stop.
Enquanto isso, o Tiggo 8 é o único com câmera 360º, alerta de ponto cego, assistente de saída e manutenção em faixa, alerta de tráfego cruzado traseiro, assistente de farol alto, controle de descida e retrovisores externos com rebatimento elétrico e aquecimento.
A lista ainda segue com teto panorâmico, bancos dianteiros elétricos, partida remota, Auto Hold e tampa elétrica do porta-malas, mostrando um dos motivos de tantas pessoas trocarem um modelo tradicional pelo chinês.
Mesmo com a versão mais cara do Taos, que custa R$ 31 mil a mais que o Tiggo 8 citado, você ainda ficaria sem alguns desses itens.
VENCEDOR: Tiggo 8.
Desempenho ou economia? Os dois!
Como falamos acima, o Tiggo 8 tem conjuntos mecânicos diferentes em cada versão, pois a mais cara oferece um sistema híbrido que o rival da Volkswagen não tem.
A primeira usa o motor 1.6 turbo, com injeção direta e movido a gasolina, de 187 cv e 28 kgfm de torque.
Ele está associado ao câmbio automatizado de 7 marchas, acelerando de 0 a 100 km/h em 9 segundos e com máxima de 180 km/h.
Já a versão híbrida une o motor 1.5 turbo de 147 cv e 22,5 kgfm a dois propulsores elétricos (um deles com 95 cv e 17,3 kgfm e o outro com 75 cv e 16,8 kgfm).
No total são 317 cv e 56,6 kgfm, com câmbio CVT de 11 marchas. A aceleração até os 100 km/h é feita em 7 segundos, também com máxima de 180 km/h.
Enquanto isso, o Taos simplificou ao usar apenas o 1.4 TSI, motor flex que usa turbocompressor e injeção direta.
Ele tem 150 cv e 25,5 kgfm, sempre com câmbio automático de 6 marchas. Seu desempenho, porém, fica abaixo do rival: 0 a 100 km/h em 9,3 segundos e máxima de 194 km/h.
Por outro lado, o consumo do Volkswagen é melhor entre as versões a combustão. Levando em conta os números com gasolina, o Taos foi superior na cidade e na estrada.
Mas aí entra o Tiggo 8 híbrido, que tem números imbatíveis nesse quesito.
| Consumo | Tiggo 8 1.6T | Tiggo 8 Hybrid | Taos 1.4 TSI |
| Cidade – etanol | 7,6 | ||
| Cidade – gasolina | 10,1 | 32,7 | 11,1 |
| Estrada – etanol | 9,1 | ||
| Estrada – gasolina | 12,0 | 27,8 | 13,1 |
VENCEDOR: Tiggo 8.
Espaço de SUV grande
As medidas do Tiggo 8 obviamente são mais generosas, pois estamos falando de um SUV de grande porte.
Por isso, ele ganha em comprimento (4,72 x 4,46), altura (1,74 x 1,62), largura (1,86 x 1,84) e no entre-eixos (2,71 x 2,68).
Mas o fato é que o Taos impressiona nesse quesito, especialmente quando falamos sobre a vida de quem anda na segunda fileira.
Ali o espaço é surpreendente, existem saídas de A/C e entradas USB-C, além do acabamento dentro do esperado.
Apesar da diferença no comprimento entre esses SUVs, as medidas de entre-eixos são bem próximas, o que ajuda a explicar o motivo do Tiggo 8 não ser tão maior quanto alguém poderia imaginar.
No porta-malas, porém, a história é diferente.
Usando apenas 5 lugares (vale lembrar que o chinês tem três fileiras), o modelo da Chery tem capacidade de até 650 litros, enquanto o rival da Volkswagen leva 498 litros.
Mesmo com o ótimo aproveitamento de espaço para os passageiros, o Taos carrega bem menos no compartimento de bagagens e isso dá outra vitória para o Tiggo 8.
VENCEDOR: Tiggo 8.
O Tiggo 8 é caro na manutenção
O Tiggo 8 é vendido com 5 anos de garantia, enquanto o Taos tem 3 anos de cobertura.
Mas essa acaba sendo a única vantagem do modelo da Chery quando falamos sobre o custo de manutenção.
Para começar, a Volkswagen incluiu as duas versões de seu SUV no programa Revisão de Série, eliminando o custo das três primeiras paradas na concessionária.
Além disso, a Chery não divulga o valor da revisão de 60.000 km, o que limita nosso comparativo até os 50.000 km.
Tudo isso deixa uma diferença absurda entre os modelos nesse período:
Enquanto o Taos fica abaixo dos R$ 2,5 mil, como mostra a tabela abaixo, o Tiggo 8 varia entre R$ 4,1 mil e R$ 5,9 mil. E atenção para a revisão de 40.000 km da versão híbrida, que custa incríveis R$ 3,3 mil.
| Revisões | Tiggo 8 | Tiggo 8 Hybrid | Taos |
| 10.000 km | R$ 668,25 | R$ 549,89 | (sem custo) |
| 20.000 km | R$ 1.016,71 | R$ 882,14 | (sem custo) |
| 30.000 km | R$ 782,04 | R$ 624,92 | (sem custo) |
| 40.000 km | R$ 1.016,71 | R$ 3.333,23 | R$ 1.721,75 |
| 50.000 km | R$ 668,25 | R$ 549,89 | R$ 761,74 |
| TOTAL | R$ 4.151,96 | R$ 5.940,07 | R$ 2.483,49 |
VENCEDOR: Taos.
O Taos vende mais
Olhando para as vendas de janeiro a abril de 2024, esses dois modelos aparecem colados entre os SUVs.
A vantagem até aqui foi do Taos, que somou 3.887 unidades (19ª colocação), enquanto o Tiggo 8 ficou com 2.993 emplacamentos (20ª posição).
É claro que o rival direto do VW seria o Tiggo 7, que já vendeu 5.880 unidades nesse período.
Ou poderíamos comparar o Tiggo 8 com o Tiguan, que somou 1.261 vendas. De qualquer forma, a Chery tem se dado melhor que a Volkswagen.
Mas como aqui estamos colocando o Taos contra o Tiggo 8, a vantagem ficou pro lado alemão dessa disputa.
VENCEDOR: Taos.
Conclusão
O Taos melhorou na parte final do comparativo, mas o vencedor foi o Tiggo 8.
O modelo chinês tem preços mais chamativos, é muito mais equipado, é mais eficiente e ainda tem mais espaço, especialmente no porta-malas.
Enquanto isso, o Taos oferece um custo de manutenção bem inferior e teve resultados melhores nas vendas até aqui em 2024.
Tudo isso mostra que a ofensiva da Caoa Chery no Brasil vai continuar incomodando as marcas mais tradicionais, pois ela oferece carros cada vez mais equipados e com preços muito chamativos.
Fichas técnicas
Tiggo 8 |
Taos |
|
| Preço | R$ 179.990 a R$ 239.990 | R$ 186.990 a R$ 210.990 |
| Motor | 1.6 turbo ou híbrido | 1.4 turbo |
| Potência e torque | 1.6T – 187 cv e 28 kgfm | 150 cv e 25,5 kgfm |
| Híbrido – 317 cv e 56,6 kgfm | ||
| Câmbio | AT ou CVT | Automático de 6 marchas |
| Aceleração e velocidade máxima | 1.6T – 9s e 180 km/h | 9,3s e 194 km/h |
| Híbrido – 7s e 180 km/h | ||
| Consumo cidade | 1.6T – 10,1 km/l (G) | 7,6 km/l (E) e 11,1 km/l (G) |
| Híbrido – 32,7 km/l (G) | ||
| Consumo estrada | 1.6T – 12 km/l (G) | 9,1 km/l (E) e 13,1 km/l (G) |
| Híbrido – 27,8 km/l (G) | ||
| Rodas e pneus | 235/55 R18 | 215/55 R18 ou 235/45 R19 |
| Medidas | comprimento, 4,70/4,72 m; altura, 1,70/1,74 m; largura, 1,86 m; entre-eixos, 2,71 m | comprimento, 4,46 m; altura, 1,62 m; largura, 1,84 m; entre-eixos, 2,68 m |
| Tanque | 45 ou 51 litros | 51 litros |
| Porta-malas | 150 a 650 litros | 498 litros |
| Peso | 1.600 a 1.829 kg | 1.420 kg |
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