Chefe da Mazda no Canadá diz que montadoras chinesas são uma competição formidável, e que tarifas apenas atrasarão seu domínio

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As tarifas sobre veículos elétricos (EVs) fabricados na China foram recentemente aumentadas para 106% no Canadá, uma medida que busca proteger temporariamente a indústria automotiva canadense de uma competição acirrada.

Mas, segundo especialistas, essa medida não eliminará a crescente ameaça de marcas estrangeiras inovadoras e acessíveis.

No Fórum Automotivo do Canadá, realizado em 24 de outubro, líderes do setor debateram o impacto dessas tarifas e o potencial das montadoras chinesas em competir diretamente com fabricantes tradicionais.

Amy Fleming, COO da Mazda Canadá, reconheceu que essas tarifas adiarão a entrada de alguns fabricantes chineses, como a BYD Auto, mas acredita que a competitividade dessas marcas eventualmente se firmará no mercado canadense.

Don Romano, CEO da Hyundai Canadá, também apoia as tarifas como um “período de adaptação”, sugerindo que elas permaneçam por cerca de cinco anos para permitir que a indústria canadense se prepare para o cenário global em rápida evolução.

Segundo ele, fabricantes chineses vêm se destacando em regiões como Europa e Brasil, apoiados por preços baixos e subsídios governamentais, o que pode impactar negativamente as marcas locais.

O impacto positivo dos veículos chineses foi destacado por Michael Carmichael, CEO da UpAuto, que elogiou a qualidade dos EVs chineses.

Carmichael disse que modelos com autonomia de 650 km, comparáveis aos padrões da Audi, poderiam chegar ao Canadá com preços acessíveis em torno de apenas $41.900 dólares.

Ele vê a entrada desses veículos como uma oportunidade tanto para consumidores quanto para concessionárias, sugerindo um modelo de venda onde vários veículos de diferentes marcas chinesas sejam vendidos em um único espaço, oferecendo uma experiência de compra baseada no distribuidor, e não em marcas individuais, revolucionando o conceito tradicional de revenda.

James Ricci, presidente do grupo Roy Foss Automotive, também se mostrou aberto à possibilidade de representar marcas chinesas, avaliando critérios como qualidade dos produtos, segurança e potencial de crescimento a longo prazo.

Ele afirmou que as tarifas são uma medida de defesa necessária, mas ressaltou que os fabricantes chineses são “concorrentes intensos”, e que o setor canadense não deve subestimá-los.

Apesar das tensões geopolíticas que influenciam as decisões corporativas, Matt Girgis, diretor-geral da Volvo Car Canada (pertencente ao grupo chinês Geely), disse que as preocupações políticas têm pouco efeito na percepção dos consumidores.

No entanto, as tarifas levaram a Volvo a transferir a produção de EVs da China para a Europa, uma manobra para amenizar os impactos das novas regulamentações.

Em suma, a entrada de veículos chineses no Canadá parece inevitável, mas o setor automotivo canadense busca tempo para se adaptar.

As tarifas proporcionam um período estratégico para que fabricantes e concessionárias desenvolvam estratégias competitivas, embora saibam que a entrada de EVs chineses, com preços acessíveis e alta tecnologia, representa uma mudança significativa na dinâmica do mercado.


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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.