Chefão da Jaguar diz que a nova identidade da marca não foi feita para lacrar, mas não se importa em perder seus clientes antigos

jaguar relancamento woke (2)
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A Jaguar está passando por uma grande transformação e sua nova campanha de relançamento “Copy Nothing” já alcançou quase um bilhão de pessoas ao redor do mundo.

Desde que lançou um vídeo teaser colorido em novembro, a marca britânica tem gerado enorme repercussão, mas também enfrentado críticas e controvérsias.

Rawdon Glover, diretor administrativo da Jaguar , relembra que o que começou como um dia normal no escritório acabou se tornando um pesadelo de relações públicas.

O vídeo, que pretendia anunciar a transição da Jaguar para uma marca totalmente elétrica, acabou viralizando de maneira inesperada, atraindo até comentários de Elon Musk e do político britânico Nigel Farage.

jaguar relancamento woke (1)
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Entre as lições que a Jaguar tirou dessa situação, Glover admite que a mensagem original da campanha se perdeu na tempestade das redes sociais .

O uso exclusivo dessas plataformas para comunicar a nova identidade da marca resultou em uma falta de contexto, deixando espaço para especulações e mal-entendidos.

A ausência de informações claras sobre os motivos da mudança, a nova direção elétrica e o posicionamento premium da Jaguar contribuiu para a confusão.

Outro erro reconhecido foi a alienação de clientes tradicionais.

Embora a Jaguar esteja buscando um público mais jovem, urbano e sofisticado, Glover enfatiza que a empresa ainda valoriza seus clientes fiéis.

jaguar relancamento woke (3)
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Ele afirma que tem se dedicado a manter os fãs e entusiastas da marca informados sobre a transição, garantindo que aqueles que já dirigem modelos de alto desempenho como o F-Type ou os SVR possam fazer a migração para os elétricos no futuro.

A Jaguar também está confortável com a drástica redução de suas vendas, o que, se acontecer, significa que os clientes antigos da marca estão indo para outras marcas.

Com o encerramento da produção da maioria dos seus modelos e apenas o F-Pace ainda em fabricação, a marca vendeu apenas 33.000 carros no ano passado.

Esse número, no entanto, não preocupa a empresa, que aposta no reposicionamento como uma marca de luxo com preços muito mais altos.

jaguar nova identidade (1)
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O primeiro modelo da nova fase será um GT de quatro portas, previsto para 2026, custando entre 110.000 e 130.000 libras.

Sobre a polêmica em torno do vídeo de relançamento, Glover nega que a campanha tenha sido intencionalmente “woke”.

Ele explica que o objetivo era apenas refletir a nova identidade da Jaguar, utilizando um design moderno e audacioso, mas sem intenções políticas.

Mesmo assim, a campanha foi rapidamente apropriada pelo debate cultural e amplificada por algoritmos de redes sociais.

O futuro da Jaguar será totalmente elétrico, e Glover descarta qualquer possibilidade de reverter essa decisão.

Enquanto marcas como Porsche e Lotus repensam seus planos de eletrificação, a Jaguar mantém sua estratégia de não oferecer versões híbridas ou a combustão em seus novos modelos.

A empresa aposta que, até 2030, os elétricos dominarão o mercado, e o novo GT será um carro que as pessoas desejarão não apenas pela necessidade, mas pelo design e desempenho.

Apesar de a produção do novo GT estar programada para 2026, os protótipos já estão sendo testados.

O atraso não se deve à construção da nova fábrica de baterias da Tata, controladora da Jaguar, mas sim à complexidade da reestruturação industrial da JLR.

A empresa está reformulando fábricas em Solihull, Wolverhampton e Halewood para acomodar a produção de modelos elétricos, incluindo o Range Rover elétrico.

A experiência de compra também será transformada. A Jaguar está desenvolvendo um novo conceito de loja, começando por um showroom em Knightsbridge, Londres, seguido por unidades em Paris e Xangai.

O objetivo é criar um ambiente luxuoso, onde os clientes possam configurar seus carros em realidade virtual e vivenciar um atendimento personalizado, semelhante ao que a Land Rover já oferece para modelos da linha SV.

Por fim, Glover não parece preocupado com as críticas vindas de figuras como Nigel Farage, que previu o colapso da Jaguar dentro de dois anos.

Ele acredita que algumas pessoas entenderão imediatamente a nova proposta da marca, enquanto outras precisarão de tempo para se acostumar.

E para aqueles que não gostarem, ele afirma sem preocupação: “Se não for para Nigel, tudo bem”.


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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.