O novo CEO da Aston Martin, Adrian Hallmark, assumiu a missão de reverter a situação financeira da empresa em um prazo apertado de 12 a 18 meses.
Embora dificuldades financeiras façam parte da história centenária da marca britânica, Hallmark tem um histórico positivo nesse tipo de desafio.
Como ex-CEO da Bentley, ele liderou a recuperação da empresa e agora enfrenta um dos maiores desafios de sua carreira ao tentar fazer a Aston Martin lucrativa de forma sustentável pela primeira vez em seus 112 anos de existência.
Em entrevista ao Automotive News, Hallmark descreveu a oportunidade como irresistível, mas reconhece que o tempo é curto. Segundo ele, em um ano e meio a empresa precisa estar no caminho certo.
Ele não prometeu resultados financeiros comparáveis aos da Ferrari nesse prazo, mas garantiu que a estrutura e a direção da Aston Martin estarão ajustadas para funcionar corretamente.
Ao contrário de outras montadoras de luxo que apostam em grandes volumes para aumentar o faturamento, Hallmark deixou claro que sua estratégia não será simplesmente vender mais carros.
O foco será na criação de valor, ou seja, aumentar a rentabilidade de cada modelo vendido. Ele citou a Ferrari como referência, lembrando que a marca italiana mantém uma produção limitada para preservar a exclusividade, enquanto garante altos lucros.
Segundo ele, a Aston Martin não precisa produzir 13.000 unidades por ano para ser uma empresa bem-sucedida. O crescimento de volume virá, mas acompanhado de uma reestruturação produtiva e de custos.
Outro ponto central da estratégia de Hallmark será o foco em derivados dos modelos já existentes. Após um período de 18 meses no qual a Aston Martin lançou quatro novos carros, o CEO quer seguir o modelo da Porsche com o 911, introduzindo variações e edições especiais de seus veículos ao invés de criar novos do zero.
Ele explica que cada carro da Aston Martin tem cerca de 5.000 componentes, e ao lançar um modelo como o Vanquish, quase todos eles eram inéditos. Já em uma versão derivada, apenas cerca de 100 peças são novas, reduzindo significativamente a complexidade e os custos de produção.
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Essa nova abordagem incluirá pelo menos duas novas variantes do superesportivo de motor central Valhalla. Especula-se que uma delas será uma versão conversível, enquanto a outra será uma edição especial com características únicas, embora Hallmark tenha evitado revelar detalhes.
Outro fator que pode ajudar a Aston Martin é o crescimento no número de compradores ultra-ricos. De acordo com Hallmark, o número de pessoas que podem pagar pelos modelos da marca aumentou expressivamente nos últimos anos, e a riqueza média desses clientes quadruplicou nas últimas duas décadas.
Isso significa que há mais consumidores dispostos a investir em modelos como o Vanquish ou o SUV DBX, o que pode facilitar a estratégia de valorização da marca sem depender de grandes volumes de vendas.
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Com uma abordagem focada na exclusividade e na eficiência produtiva, Hallmark espera que, em pouco mais de um ano, a Aston Martin finalmente encontre o caminho da estabilidade financeira, sem precisar seguir o mesmo caminho das marcas que priorizam grandes volumes de produção.
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