Os veículos elétricos da Scout Motors, o SUV Traveler e a picape Terra, revelados recentemente, surpreenderam o mercado ao oferecerem uma opção de extensor de autonomia.
Essa tecnologia, pouco comum atualmente, teve seu auge em modelos como o BMW i3 e o Chevrolet Volt, mas caiu em desuso devido à experiência desagradável proporcionada por seus motores barulhentos e pouco sofisticados.
A proposta da Scout, no entanto, promete corrigir essas falhas ao usar um motor compacto do Grupo Volkswagen, estrategicamente posicionado para minimizar ruídos e vibrações.
Por que reviver o extensor de autonomia? Segundo o CEO da Scout Motors, Scott Keogh, a inclusão do extensor de autonomia não fazia parte dos planos iniciais da empresa.
No entanto, o objetivo da marca de criar EVs capazes de explorar terrenos remotos onde há pouca infraestrutura de carregamento tornou essa adição estratégica.
Keogh explicou durante a CES 2025 que a Scout sempre se posicionou como uma marca que será vendida em qualquer lugar nos Estados Unidos.
A Scout, que faz parte do Grupo Volkswagen, ainda não revelou qual motor será utilizado no sistema. No entanto, é provável que aproveite alguma tecnologia já disponível no portfólio europeu da Volkswagen.
Motores compactos, como o 1.5 TFSI encontrado no Jetta e Taos, são candidatos prováveis, mas a empresa pode optar por algo ainda menor, dado que o motor atuará exclusivamente como gerador de eletricidade.
Uma das maiores críticas aos extensores de autonomia antigos era o ruído e a vibração que eles adicionavam à experiência de dirigir um EV. No BMW i3, por exemplo, o pequeno motor a gasolina soava como um cortador de grama quando acionado.
A Scout, no entanto, promete um desempenho completamente diferente.
De acordo com Ryan Decker, chefe de estratégia da Scout, o design com chassi sobre longarinas dos modelos permite que o motor seja instalado na parte traseira do veículo, longe da cabine.
Ele garantiu que é tão distante que o motorista não ouve ou sente, mantendo a sensação de dirigir um veículo elétrico silencioso e compacto.
Keogh destacou que o uso do extensor de autonomia não afetará o desempenho dos veículos. Recursos como capacidade de subida, altura do solo e até o porta-malas frontal serão mantidos.
Isso assegura que o Traveler e a Terra continuarão aptos para off-road e tarefas pesadas, mesmo quando o motor a gasolina estiver em operação.
A inclusão do extensor de autonomia pode ser um diferencial significativo para os modelos da Scout quando chegarem ao mercado em 2027. Para entusiastas do off-road, a maior preocupação com veículos elétricos é a ansiedade de autonomia, o medo de ficar sem carga em locais remotos.
Ter um gerador a gasolina como plano B pode trazer tranquilidade, especialmente para quem explora trilhas distantes ou regiões sem infraestrutura de carregamento confiável.
Keogh também revelou que a Scout planeja oferecer acessórios adicionais, como galões de combustível, para complementar o sistema de extensor de autonomia e garantir que os motoristas tenham energia em qualquer situação.
Com essa abordagem, a Scout Motors não apenas resgata uma tecnologia esquecida, mas a reinventa de forma inteligente para atender a um público específico, mostrando que, em alguns casos, o velho pode se tornar novo novamente.
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