Quatro montadoras — BMW, BYD, Geely e SAIC — decidiram unir forças para desafiar as tarifas impostas pela União Europeia (UE) sobre carros importados da China. As empresas apresentaram queixas formais na semana passada, apenas um dia antes do prazo final.
Essas tarifas foram implementadas no ano passado após uma investigação da Comissão Europeia sobre os subsídios do governo chinês à indústria automotiva.
Segundo o relatório da Comissão, os subsídios ofereceram vantagens financeiras desleais para algumas montadoras chinesas que exportam veículos para a Europa.
De acordo com os investigadores, esses subsídios vieram em diferentes formas, como empréstimos baratos e baterias subsidiadas. Por causa disso, e pela falta de transparência de algumas empresas durante o processo, as tarifas variam conforme a montadora.
A BYD, por exemplo, enfrenta uma tarifa relativamente baixa de 17%, embora isso seja somado aos 10% de taxa padrão para importação de bens na UE. Os veículos da Geely foram atingidos com uma tarifa de 18,8%, enquanto a SAIC foi impactada com um impressionante 35,3%.
A surpresa, porém, foi a inclusão da BMW. Apesar das tarifas beneficiarem indiretamente as vendas dos carros da marca na Europa, a questão se torna problemática para os modelos da Mini.
Atualmente, os Minis a combustão ainda são fabricados em Oxford, no Reino Unido, mas o novo Cooper elétrico e o SUV elétrico Aceman são produzidos na China. Como a produção no Reino Unido só começará em 2026, o lançamento de ambos os modelos nos EUA foi adiado.
Os Minis elétricos fabricados na China enfrentam uma tarifa de 20,7%, dificultando a competitividade no mercado europeu.
Enquanto isso, marcas como Cupra, do Grupo VW, que também exportam carros fabricados na China, ainda não anunciaram desafios legais contra as tarifas.
A Mercedes, embora não importe EVs chineses para a Europa, já se manifestou contra as medidas, destacando o impacto potencial sobre a indústria automotiva como um todo.
Diante das tarifas, algumas montadoras chinesas estão buscando alternativas para evitar os custos adicionais. A Chery, por exemplo, já está produzindo carros em uma antiga fábrica da Nissan na Espanha.
A BYD tem planos de construir fábricas na Hungria e na Turquia, e autoridades chinesas têm mostrado interesse em adquirir fábricas da VW na Europa que estão ociosas devido à queda nas vendas no mercado chinês.
Com esse movimento, tanto montadoras europeias quanto chinesas esperam reverter as tarifas e aliviar as tensões comerciais, enquanto buscam se adaptar às crescentes demandas do mercado automotivo global.
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