Avaliação VW Amarok V6 Extreme: Retoques visuais tentam dar competitividade a uma picape com 15 anos de vida e preço de R$ 354.900

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Com retoques visuais e novos equipamentos, a versão “top” Extreme da linha 2025 da Volkswagen Amarok busca dar competitividade à picape média lançada há 15 anos

Em agosto do ano passado, a Volkswagen apresentou a linha 2025 da Amarok no Brasil, com uma atualização visual e novos equipamentos.

A reestilização da picape média produzida desde 2010 na fábrica de General Pacheco, na Argentina, buscou manter o modelo competitivo na América do Sul – especialmente no Brasil.

Há seis meses, a Amarok ocupava a sétima posição no ranking mensal de vendas, superada pelas concorrentes Toyota Hilux, Ford Ranger, Chevrolet S10, Mitsubishi Triton.

Fiat Titano e Nissan Frontier – de outubro para cá, a picape da Volkswagen superou as vendas da Frontier. Nos mercados da Europa, África, do Oriente Médio e da Oceania, já é comercializada a segunda geração da Amarok – que foi apresentada em 2022 e compartilha a plataforma com a rival Ranger.

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Contudo, não há previsão sobre a chegada dessa nova geração da Amarok à América do Sul. A linha 2025 da picape da Volkswagen é oferecida em três versões – Comfortline (R$ 313.990), Highline (R$ 332.990) e Extreme (R$ 354.990) –, todas com tração 4×4 permanente 4Motion, cabine dupla e garantia de cinco anos.

Na linha 2025 da versão sul-americana da Amarok, os designers mexeram em detalhes para aprimorar a aparência de robustez e aprofundar a similaridade com modelos mais recentes da marca – como os SUVs Taos e Nivus.

Com novos para-choques, grade, capô, rodas e o novo conjunto óptico – com faróis full-led com ajuste elétrico de altura e luzes diurnas integradas, auxiliares de neblina e faixa de luz de leds na grade frontal –, a dianteira ficou mais imponente.

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Atrás, foram redesenhados o para-choque, as lanternas e o emblema da marca – e mudou o posicionamento do nome “Amarok”, que agora fica na parte central da tampa da caçamba.

Por conta dos para-choques mais protuberantes, a picape cresceu 9,6 centímetros em comprimento. Na configuração Comfortline, as rodas são de 17 polegadas, na Highline, 18 polegadas, e a Extreme vem com 20 polegadas.

Em todas as configurações, os freios têm discos ventilados nas quatro rodas. A capacidade de carga útil, de 1.104 quilos, é a maior do segmento de picapes médias.

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No portfólio de cores para a versão Extreme, há as opções Branco Puro (a do modelo testado), Cinza Oliver, Preto Mystic, Prata Pyrit e Cinza Indium. A Branca Puro não encarece o modelo, mas as outras acrescentam R$ 1.750 ao preço final.

Para a configuração “top” da Amarok, são disponibilizados opcionalmente os pacotes Hero e Dark.

O primeiro é disponível apenas para a escolha da cor Cinza Oliver e sem custo adicional, agregando santantônio em preto brilhante, com maçanetas das portas e logotipos traseiros no mesmo tom, além de capas dos parafusos das rodas e rodas de liga leve de 20 polegadas escurecidas.

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No pacote Dark, oferecido por R$ 1.570 para as outras quatro cores, a picape incorpora detalhes em preto nos para-choques, emblemas traseiros e maçanetas, com as rodas de liga leve de 20 polegadas também escurecidas.

A capota marítima para a caçamba (opcional presente no modelo testado) acrescenta R$ 1.670 à fatura.

O motor continua a ser o turbodiesel 3.0 V6, que é a única opção de motorização da Amarok disponível no Brasil, com 258 cavalos de potência e 59,1 kgfm de torque, associado à transmissão automática ZF de 8 marchas.

Está entre os mais potentes da categoria e, segundo a Volkswagen, proporciona uma aceleração de zero a 100 km/h em oito segundos. A função Overboost acrescenta 14 cavalos durante dez segundos na faixa de 50 km/h a 140 km/h, que leva o conjunto aos 272 cavalos.

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Na Argentina, além do V6, são oferecidas variantes com o 2.0 TDI de quatro cilindros, uma com 140 cavalos e outra biturbo de 180 cavalos.

Na segurança, as novidades da linha 2025 da Amarok são o airbag de cabeça (até então, havia apenas os frontais e laterais) e o assistente de condução Safer Tag, da Mobileye, com avisos de saída de faixa e de colisão frontal, monitoramento de tráfego, indicação de limite de velocidade máxima e monitoramento de pressão de pneus.

Para os que gostam de explorar caminhos inóspitos, destaque para a tração 4×4 permanente 4Motion, o assistente de partida em subida, o controle automático de descida e o ABS off-road.

E a linha 2025 da Amarok V6 inaugurou ainda a Blindagem Vale+ – que é 80 quilos mais leve, tem vidros mais transparentes e não altera a garantia oferecida pela Volkswagen.

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Experiência a bordo – Ajustes no ambiente

Dentro da Amarok Extreme V6, foi preservado o espaço habitual da picape média, com capacidade para levar cinco pessoas com conforto. Todavia, apesar de uma ou outra evolução estética, o interior deixa transparecer um aspecto um tanto “vintage” em relação às picapes concorrentes, todas com aspecto mais contemporâneo.

O painel de instrumentos tem mostradores analógicos e uma pequena tela central monocromática. O acabamento dos painéis, em plástico duro, talvez seja despojado demais para a faixa de preço da versão.

A partida é com a chave e não há regulagem de altura no cinto de segurança para o motorista nem trava elétrica para a tampa da caçamba – para ser aberta ou trancada, é preciso usar a chave.

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Os bancos são em couro sintético perfurado, com ajustes elétricos nos dianteiros. O volante multifuncional é revestido em couro sintético com costuras aparentes em cinza e tem regulagem de altura e distância.

A central multimídia Composition Touch com tela de 9 polegadas sensível ao toque representa uma evolução em relação ao multimídia anterior da Amarok, que tinha uma telinha de 6,3 polegadas.

É mais simples que o VW Play dos modelos mais recentes da marca, mas conta com conexão com Apple CarPlay e Android Auto – apenas por cabo – e traz navegação nativa.

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Foram acrescentadas uma porta USB-A no console, na frente, e duas USB-C atrás. O painel traz display colorido com efeito 3D e computador de bordo, além do singelo mostrador redondo do assistente de condução Safer Tag, instalado em cima do multimídia.

Impressões ao dirigir – Ativos preservados

Quinze anos depois da Amarok ser lançada, a Volkswagen talvez nem pretenda mais que ela dispute a liderança de vendas entre as picapes médias. Mas não pode ficar de fora de um dos segmentos mais aquecidos do mercado nacional.

No trânsito urbano – onde veículos desse porte não são o transporte mais recomendável –, a Amarok convive com as restrições de mobilidade inerentes ao seu tamanho. Manobrar ou estacionar requerem atenção e espaços ampliados.

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Na estrada, a picape fica bem mais à vontade. O 3.0 V6 turbodiesel desenvolve 258 cavalos de potência, torque de 59,1 kgfm de 1.450 a 3.200 rpm e trabalha associado a uma transmissão automática de 8 marchas – que podem ser acionadas manualmente pelos “paddles shifters” no volante.

O V6 entrega boas doses de potência, aceleração e agilidade para permitir ultrapassagens confiáveis. Quando o motorista achar que precisa de mais força, a turbina de geometria variável e a função Overboost acrescentam 14 cavalos durante dez segundos na faixa de 50 km/h a 140 km/h, totalizando 272 cavalos.

Basta pisar fundo que o gerenciamento eletrônico ajusta a turbina para ampliar o fluxo de ar e elevar a potência. O “overboost” atua em velocidades entre 50 e 120 km/h para garantir força adicional em ultrapassagens.

O conjunto permite à picape de 2.191 quilos um rodar sempre esperto, de causar inveja a carros menores.

Quando deixa o asfalto para trás, a picape da Volkswagen encara eventuais obstáculos de forma convincente. Nas estradas de terra e nas trilhas, detalhes como a tração 4×4 permanente 4Motion (4×4 por demanda), o assistente de partida em subida, o controle automático de descida e o ABS off-road colaboram bastante.

A tração 4Motion é integral do tipo AWD, ou seja, distribui a força entre as quatro rodas eletronicamente. Não há seletores de tração, e o conjunto não oferece reduzida. O câmbio bem escalonado simplifica a vida do motorista.

A segurança da Amarok Extreme V6 é reforçada pelos freios a disco nas quatro rodas com ABS, bloqueio mecânico do diferencial e controle de estabilidade (ESP), além do assistente de condução Safer Tag – que dá alertas visuais e sonoros sobre trânsito cruzado, troca de faixa involuntária, limites de velocidade e risco de colisões frontais.

Porém, o sistema não tem qualquer ação autônoma sobre o carro, como frenagem por conta própria ou correção de trajetória nas mudanças involuntárias de faixa – presentes nas versões “top” das picapes com arquiteturas mais recentes.

Ficha Técnica – Volkswagen Amarok V6 Extreme

Motor: a diesel, dianteiro, longitudinal, 2.967 cm³, seis cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro, com duplo comando no cabeçote. Injeção direta de combustível do tipo common rail, acelerador eletrônico e turbocompressor de geometria variável com intercooler
Transmissão: automática ZF com 8 marchas
Tração: integral permanente, bloqueio eletrônico do diferencial e controle eletrônico de tração
Potência: 258 cavalos a 4.500 rpm.
Torque: 59,1 kgfm a 1.400 rpm.
Suspensão: dianteira independente do tipo “double wishbone”, com braços sobrepostos, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos, traseira por eixo rígido, com feixe de molas semi-elípticas e amortecedores hidráulicos.
Pneus: 255/50 R20
Freios: discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência
Carroceria: picape sobre longarinas com quatro portas e cinco lugares
Dimensões: 5,35 metros de comprimento, 1,94 metro de largura, 1,83 metro de altura e 3,09 metros de entre-eixos
Peso: 2.191 kg em ordem de marcha, com 1.104 kg de carga útil
Tanque de combustível: 80 litros
Preço: R$ 354.990. Com o opcional capota marítima (R$ 1.670), presente no modelo testado, chega a R$ 356.660


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Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira - AutoMotrix

Jornalista carioca que trabalha com jornalismo automotivo desde 1992. Em 2018 criou a Agência AutoMotrix e, em 2020, a revista "Roda Rio".