O mercado nacional não viu o que seria de esperar, novas gerações de produtos importantes e um destes é a Chevrolet S10, que mudou muita coisa, mas não é um carro 100% novo.

Mas, ainda assim, precisa? Lições do mercado apontam que não, então, será que a “Nova S10” corrobora para isso? É o que veremos a seguir.

Com mudanças importantes no visual, em especial na frente, a Chevrolet S10 2025 seguiu a Spin 2025 em muita coisa e até podemos ver parte dela nesta picape média, conhecia por sua robustez, confiabilidade e longevidade de mercado.

A General Motors, no entanto, além de alterações fora e dentro, sabiamente mexeu na mecânica e isso traz muito mais benefícios.

O motor é o mesmo diesel Duramax 2.8, porém, recebeu mais eletrônica para ficar mais econômico e ainda liberar sete cavalos a mais, além de 1 kgfm de torque extra, em relação ao anterior, mas a maior novidade mesmo é o câmbio automático, agora de oito marchas, finalmente!

Agora são 207 cavalos e 52 kgfm na “Nova S10” para superar em números uma rival conhecida.

Mais alterações foram adicionadas e isso também conta. Na avaliação NA, a High Country traz tudo e cobra por isso: R$ 302.900. Bem, feitas as apresentações, vamos lá.

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Imponente, mas nem tanto

A Chevrolet S10 2025 ganhou uma frente mais imponente, cheia de barras e frisos largos e cromados, como deve ser na versão High Country, adicionando bons faróis full LED duplos, que apresentam um olhar mais expressivo.

No para-choque, o skid plate é igualmente espelhado, dando assim mais brilho à presença da picape, com seu capô cheio de vincos para reforçar a robustez.

Então, como nem tudo mudou, em especial a geração, a carroceria mantém a mesma cabine e os para-lamas abaulados reforçam bem isso. Eles são realçados pelas novas rodas de liga leve aro 18 polegadas, realmente bonitas, calçadas com pneus 265/60 R18.

Assim, a frente larga destaca-se mais que o conjunto e tira um pouco dessa imponência estética. Retrovisores e maçanetas cromadas, barras no teto e os úteis estribos continuam lá.

Na traseira, um santantônio volumoso e aerodinâmico (já bem conhecido) se apresenta sobre a boa caçamba de carga de 1.061 litros, que usamos bem. Nela veio uma nova capota de fibra dobrável em três partes, que se mostrou útil.

A tampa da caçamba, com amortecimento, estampa o nome Chevrolet, enquanto as novas lanternas em LED são agradáveis visualmente. O para-choque permanece o mesmo com seu bom degrau de acesso central.

Dentro, o ambiente mudou ligeiramente, mas assim como no exterior, você sente que ela continua sendo a boa e velha S10, o que para muita gente pode ser bom, já que mudanças radicais de carroceria nem sempre são bem aceitas.

O acabamento geral foi revisado com novo design e reposição de materiais, nada de mais, continua no mesmo padrão da anterior, sem luxo, porém, sem simplicidade extrema. Aceitável.

Os bancos em couro com dois tons são confortáveis e um convite para longas viagens, exceto atrás que, como toda picape, tem encosto bem vertical, mas não há milagre nesse caso, ainda que haja um bom espaço para as pernas na frente e atrás.

O assento do motorista mantém os ajustes elétricos. Já o painel é totalmente novo e dá o reforço necessário à proposta da High Country, lembrando até um SUV grande. Couro e apliques brilhantes, como nas portas, ajudam.

Todavia, sentimos falta de duas coisas com este novo conjunto: porta-copos retráteis e o segundo porta-luvas. Então, no primeiro caso, conta-se apenas com os dois no console, igualmente renovado e com um bom carregador indutivo de smartphone.

De volta ao painel, mais oculto à esquerda, o seletor de tração ganhou sua nova posição. Já o novo volante é sim muito melhor e a coluna com ajuste em profundidade é ótima.

Agora vamos à Spin 2025… Como assim? Bem, expliquemos. Tanto o quadro de instrumentos digital de 8 polegadas quanto a multimídia com tela de 11 polegadas, bem como seus sistemas operacionais, são os mesmos da minivan reclassificada como SUV.

No primeiro, a visualização é boa, mas apenas adicionar o medidor de consumo te obriga a ir até a multimídia, sendo até bem intuitiva, com atualização OTA e conexão com 4G, mais Wi-Fi e câmera de ré.

A integração é boa e Android Auto ou CarPlay, operam bem no sistema.

Compartilhar esses elementos ajuda na redução de custos para a GM ainda que pelo menos a instrumentação devesse ter um layout diferente para destacar a S10, pecando também pelo tamanho, onde dois mostradores circulares digitalizados seriam o ideal.

No teto, os comandos do OnStar no espelho eletrocrômico. Já nas novas teclas do painel, o útil alerta de invasão de faixa. Já o ar condicionado automático sem novidades.

Falta algo? Sim, poderia ter teto solar elétrico, saídas de ar no banco traseiro e apoio de braço central com porta-copos.

De resto, continuas prática em ergonomia, não exigindo malabarismos para entrar. Basta meter o pé no estribo e entrar sem nem precisar da alça da coluna A.

Desempenho de sempre e eficiência renovada

A Chevrolet S10 2025 recebeu tantas mudanças em sua engenharia quanto no visual e conectividade.

O motor turbo diesel de quatro cilindros Duramax 2.8 CDTI adicionou mais tecnologia com um gerenciamento eletrônico auxiliado otimizado, que garante melhor funcionamento e eficiência.

Com 2.776 cm³, o propulsor da GM tem turbina de geometria variável e injeção Common Rail, entregando 207 cavalos a 3.400 rpm e 52 kgfm a 2.000 rpm.

Ele ganhou melhoramentos em muitos itens, como novos pistões, pressão da turbina e coletor de admissão. Segundo a GM, ele ficou 13% mais econômico.

Já a transmissão automática de oito marchas 8L80 que substitui a antiga, de seis, foi uma boa aquisição para a S10, que permite que a força do Duramax 2.8 seja mais bem aproveitada em regimes de giro mais baixos.

O câmbio tem opção de mudanças manuais e tem bom escalonamento, evitando assim que o motor atinja giros altos.

A S10 2025 tem uma boa resposta ao acelerador e agora com duas marchas a mais, você sente a força com mais torque logo de cara ao sair. Essa sensação se deve aos ajustes de motor também que, apesar de apenas 7 cavalos e 1 kgfm, ficou mais esperto.

Com arrancada vigorosa se com pé embaixo ou deslizando seu o menor esforço com o pé lá em cima, a velha nova S10 garante uma condução com sobras, sendo bem prazerosa, dada a enorme força e o ainda permanente ronco mais grave.

O ponteiro digital sobe para pouco acima de 2.000 rpm e não precisa mais disso para mover com agilidade a picape diesel de 2.106 kg, vai de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos e com final de 180 km/h.

No dia a dia, o Duramax 2.8 sobra, com giro em média na casa dos 1.500 rpm na cidade e 1.700 rpm na estrada, quando rodando a 110 km/h. Sem modo Eco ou Sport, a S10 é livre para ir até o limite de giro, aos 4.500 rpm.

Forte e robusto, ele garante com sua elasticidade, respostas imediatas em qualquer situação, sem gritar. Continua assim um dos melhores da categoria.

Na cidade, o novo arranjo da S10 garantiu um consumo médio de 9,5 km/l, o que está dentro do esperado para este tipo de veículo, enquanto na estrada, a 80 km/h, ele foi de 17,1 km/l, com 14,6 km/l a 100 km/h e 12,4 km/l a 120 km/h.

Com um tanque de 76 litros e com 110 km/h, onde fez 13,1 km/l, a S10 pode rodar até 995 km de autonomia teórica.

Já ao volante, a S10 2025 ganhou em dirigibilidade com a nova calibração da suspensão, especialmente a traseira, que deixou de pular como tradicionalmente fazia com a caçamba vazia, melhorando muito o controle direcional em pisos irregulares.

Também ganhou em estabilidade, com sua massa de 5,408 m de comprimento, 1,874 m de largura, 1,831 m de altura e 3,096 m de entre eixos.

O conjunto traseiro está mais neutro e sai menos de traseira, o que é ótimo para condução, especialmente em condições ruins. Em estradas de terra e ruas com bloquetes, paralelepípedos ou mesmo com muitos buracos, a S10 ficou mais confortável, filtrando bem as irregularidades.

Não houve alteração na tração 4×4 com reduzida, com engate em movimento da 4×4 e parada com a reduzida. Então, se funciona, tendo ainda o controle de descida e assistente de rampa, além de assistente de reboque e estabilidade, o pacote da S10 2025 é bom.

Mais na mão que as anteriores, a Chevrolet S10 2025 também tem bons freios e ainda conta com recurso de frenagem automática de emergência, assim como detector de veículos e pedestres, sempre com indicativos simples no cluster digital. Infelizmente, a S10 2025 não tem controle de cruzeiro adaptativo, mas isso obviamente chegará nos próximos anos.

Ela tem ainda luzes de alerta de colisão no painel e alerta de ponto cego, bem como alerta de tráfego traseiro em manobras, o que é ótimo. O alerta de faixa ajuda, ainda que não faça a correção.

A S10 2025 tem ainda farol alto automático. O nível de ruído a bordo melhorou e foi uma das alterações feitas pela GM.

Mudanças bem-vindas, ainda que…

A Chevrolet S10 2025 recebeu mudanças importantes em design exterior e interno, ampliando a conectividade e interação digital, além de oferecer alterações mecânicas significativas.

Mais potente e econômica, melhorou em alguns aspectos, mostrando novamente que a engenharia da GM no Brasil consegue fazer de um limão, uma limonada.

Sem ser uma nova geração, limitações da geração vigente continuam e a S10 2025 falhou em alguns pontos, especialmente na comodidade a bordo e também num item importante de segurança num veículo de R$ 302.990.

A partir de agora, algumas presenças são esperadas nos anos/modelos que virão. Depois disso, só a GM saberá responder. Unificação com a Colorado? Quem sabe…

Não sejamos agora como “Guardador de carro dos outros”, já pensando na hora de trocar essa S10 por uma nova geração. Bom, e agora? S10 “nova” no mercado, vale a pena essa High Country com tudo dentro?

Segunda mais vendida em seu segmento, a S10 tem na Hilux sua principal rival e a versão SRX Plus, a topo de linha das versões tradicionais é muito mais cara, saindo por R$ 335.900.

A mais próxima é da SRV por R$ 290.190, mas em preço ela está mais para a S10 LTZ 2025, que custa R$ 292.800. A Ranger LImited custa R$ 319.990, mais cara também, porém, com V6 de 250 cavalos e suas tecnologias de nova geração.

Dessas duas, a Ranger normalmente vence a segunda em vendas, mas a primeira parece mesmo inalcançável, suas duas picapes interessantes e possuem seus atributos e defeitos.

Ainda assim, o preço pende para o lado da Chevrolet. A L200 Triton Sport HPE-S é outra boa rival por R$ 299.990, mas vai mudar de geração. Já as Frontier Platinum e PRO-4X são boas também por R$ 307.990, mas o modelo está perto da mudança de geração.

Por fim, a S10 2025 é mais confiável que a novata Titano, que foi colocada no máximo a R$ 259.990, parecendo uma medida drástica para poder emplacar.

Não poderia faltar a velha Amarok, que na versão Comfortline, sai por R$ 301.990, sendo mais básica, apesar de seu V6 3.0 de 258 cavalos. Assim, não se vive apenas de motor. Então, na faixa dos R$ 300 mil, a S10 reina e vale realmente a pena.